A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) entregou ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) o estudo sobre impactos da lama da Samarco na foz Rio Doce e no litoral, segundo o órgão, nesta sexta-feira (14).
Os relatórios consolidados de estudos feitos sobre os impactos causados pelos rejeitos de mineração da Samarco foram feitos na foz do Rio Doce, na costa capixaba e no litoral Sul da Bahia.
O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, aconteceu no final de 2015 e causou a maior tragédia ambiental do país.
Os estudos mostram que, no período pesquisado, entre a primeira e a última expedição, a lama se espalhou rapidamente no oceano, seguindo na direção Norte do litoral e causando fortes danos ao ecossistema marinho.
Foram atingidas mais fortemente as regiões de Barra Nova e Costa das Algas, onde o ICMBio mantém uma área de proteção ambiental (APA).
Em Abrolhos, no litoral Sul da Bahia, onde o Instituto administra o parque nacional marinho, ainda houve o registro de micropartículas de ferro e metal ainda muito presentes em toda a área atingida, o que indica a necessidade de se manter o monitoramento.
“Há a preocupação de que os sedimentos, alojados no fundo do mar, possam estar sendo levados, lentamente, para a região pelo movimento das correntes marinhas”, diz o instituto.
Análises
Os estudos foram feitos a partir de análises de materiais coletados durante oito expedições no Norte do Espírito Santo, entre novembro de 2015, quando a lama atingiu a foz, e dezembro de 2016.
Três das oito expedições foram feitas no navio de pesquisa Soloncy Moura, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Sul e Sudeste (Cepsul).
Segundo o ICMBio, o relatório reúne informações sobre a qualidade da água, a presença de metais pesados, a contaminação de organismos marinhos, como fictoplânctons e zooplânctons, e a presença de rejeitos depositados no fundo do oceano.
Agora, o ICMBio vai repassar os relatórios para os demais membros, entre eles Ibama, ANA, Anvisa e Institutuo Estadual do Meio Ambiente do Espírito Santo (Iema), para definir as próximas medidas de monitoramento e de recuperação da região contaminada pelos rejeitos.
Cerca de 30 pesquisadores, geólogos, físicos, biólogos, oceanógrafos e químicos fizeram as análises que estão neste relatório de 260 páginas. (G1)