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Suzano Papel e Celulose debocha da Bahia

Redação/Opovonews
A Prefeitura de Teixeira de Freitas está reivindicando, junto à Suzano Papel e Celulose, uma área de 52 hectares localizada às margens da BR-101, em frente ao posto da polícia rodoviária federal, onde o prefeito Timóteo Brito pretende construir um centro administrativo para deixar de legado aos teixeirenses. A empresa, no entanto, não parece disposta a doar a área ao município.
Em entrevista ao radialista Fernando Moulin, no programa Comando Geral, da Rádio Caraípe FM, o prefeito Timóteo Brito criticou a atitude da diretoria da Suzano, com quem esteve recentemente reunido em São Paulo. “Eu estive na sede da Suzano em São Paulo, juntamente com o procurador geral Paulo Américo, e falei com os representantes da empresa. Eles ficaram de resolver a questão na mesma semana, mas já tem mais de um mês e nem atenção nos deram”, disse.
O prefeito deixou claro a má vontade da Suzano com relação ao município, já que a área reivindicada é pequena e não fará falta para a empresa. “Aquela área não está sendo usada, se tornou um elefante branco”, afirmou. “A Suzano doou mais de dez mil hectares de terra para o MST na base da pressão, depois que o movimento colocou fogo nas florestas da empresa. Estou reivindicando uma área mínima, são 52 hectares que não significam nada para a Suzano, mas significam muito para a nossa cidade”, observou.
Timóteo Brito disse que seu sonho é construir um polo de desenvolvimento no município.  “Uma cidade, quando cresce como Teixeira está crescendo, tem que ser ordenada, tem que ser planejada. Faremos um centro administrativo como os existentes em Salvador, no Rio de Janeiro, em Brasília e várias outras cidades”, adiantou.
Segundo o prefeito, a Suzano já foi notificada de que a prefeitura pretende desapropriar a área caso não seja cedida pela empresa. “Quero aquela área, custe o que custar, saia de onde sair”, enfatizou.
A falta de compromisso social da Suzano com relação ao município foi duramente criticada por Timóteo. “Na reunião em São Paulo eu falei que eles têm um compromisso muito grande com nossa cidade. Porque o pessoal que trabalha na fábrica da Suzano em Mucuri mora em Teixeira de Freitas. O ICMS fica no outro município, e os problemas sociais ficam na nossa cidade. Se um funcionário deles adoece, vai procurar o serviço de saúde do nosso município”, argumentou.
Timóteo reclamou do descaso da empresa com a região Extremo Sul da Bahia. “Eles não querem colaborar com nada. “O povo não respeita essa empresa. O povo tem um carinho especial pelos fomentados, que moram e investem na nossa cidade. A Suzano não investe nada, nem um diretor deles vem aqui para atender o povo, mas na hora que precisam eles querem o apoio do município”, afirmou.
As críticas do prefeito não se restringiram à Suzano, mas a todas as empresas de papel de celulose instaladas na Bahia, entre elas a Fibria. “Elas têm obrigação de ajudar os municípios, porque a maior floresta da Fibria, por exemplo, está na Bahia. Eles retiram a maior parte da matéria prima da Bahia, só a fábrica fica no Espírito Santo”, ponderou. “Tenho compromisso com a nossa cidade e exijo respeito com Teixeira”, finalizou.
Prejuízos à região
São constantes as reclamações quanto à falta de compromisso da Suzano com os municípios da região Extremo Sul da Bahia, onde ela ocupa vastas áreas com plantações de eucalipto. Em junho de 2016, cerca de 1.500 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a sede da Suzano Papel e Celulose, localizada no município de Mucuri. A ação teve o objetivo de chamar atenção para a monocultura de eucalipto na região e cobrar da empresa o cumprimento do acordo que fez com o Incra para reduzir impactos sociais e ambientais.
Com a monocultura do eucalipto, a empresa provoca um prejuízo ambiental considerado de grandes proporções na região, destruindo a Mata Atlântica e gerando a seca de muitas nascentes, afluentes e rios. De acordo com lideranças do MST, um dos pontos de maior impacto é o rio Mucuri, do qual a empresa utiliza um volume de água maior do que o permitido. Além disso, devolve restos químicos na água do rio, matando a fauna e a flora.
Do ponto de vista social, a atuação da empresa provocou êxodo que agravou problemas sociais em algumas cidades da região. O MST também acusa a Suzano de ter comprado as terras na região de forma ilegal. Segundo o movimento, muitas das terras são devolutas e pertencem ao Estado. Ainda conforme a denúncia do MST, a empresa teria se apropriado de muitas terras e expulsado os camponeses. Por isso, a Suzano não tem a documentação de muitas das áreas que ela ocupa na região e também não paga impostos.
De acordo com a direção nacional do MST, a atual proposta de ampliação da fábrica da Suzano busca triplicar sua produção e utilizar eucalipto transgênico.
(Foto ilustrativa: Arquivo/Radar 101)

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