A China deu um grande passo em sua busca por energia limpa, através da fusão nuclear controlada, ao inaugurar seu novo “sol artificial: O aparelho, denominado “HL-2M Tokamak”
No fim de 2020, a China conseguiu ligar com sucesso seu reator “Tokamak HL-2M”, um enorme dispositivo que usa um poderoso campo magnético para confinar o plasma quente na forma de um toro na esperança de gerar energia usando a fusão nuclear.
“Tokamak” é uma abreviação do termo russo para “confinamento magnético toroidal”.
Localizado no sudoeste da província de Sichuan e concluído no final do ano passado, o reator é chamado popularmente de “sol artificial” por conta do enorme calor e energia que produz e pelo fato de usar o mesmo tipo de reação nuclear da nossa estrela.
O “Sol artificial” desenvolvido por cientistas da China é uma poderosíssima central energética movida a fusão nuclear, situada na província oriental de Anhui.
O equipamento, batizado de Supercondutor Avançado Tokamak (HL-2M Tokamak) tem o objetivo de produzir energia limpa de forma praticamente ilimitada.
Duan Xuru, chefe do Instituto de Física do Sudoeste da China, anunciou que o novo dispositivo atingirá temperaturas acima de 150 milhões de graus Celsius, cerca de 10 vezes mais quente que o centro do Sol.
Em novembro de 2018, o equipamento já havia alcançado uma temperatura de 100 milhões de graus Celsius.
O dispositivo é projetado para acionar um processo de fusão nuclear, emulando a fonte da energia solar.
É importante notar que o processo de fusão é o oposto da fissão – o processo usado em armas atômicas e usinas nucleares que divide o núcleo em fragmentos para liberar uma quantidade enorme de energia.
A fusão também não cria lixo radioativo e é menos propensa a acidentes e roubo de material nuclear potencialmente perigoso.
Uma das maiores quedas da fusão, entretanto, é seu custo exorbitante devido ao seu processo difícil.
O Sol é um reator natural de fusão onde a nucleossíntese estelar transforma elementos mais leves em elementos mais pesados com a liberação de enormes quantidades de energia.
Para recriar isso na Terra, os cientistas devem aquecer o combustível a temperaturas acima de 100 milhões de graus Celsius.
Nesse ponto, o combustível se torna um plasma.
Esse plasma extremamente quente deve ser confinado em um dispositivo em forma de rosca chamado tokamak, que usa campos magnéticos para tentar estabilizá-lo, para que as reações possam ocorrer e a energia seja liberada.
Conter o processo de fusão dentro desse espaço seguro é um dos maiores desafios do projeto.
Como o plasma é propenso a produzir rajadas, há o risco de elas atingirem a parede do reator, danificando o dispositivo.
Se o equipamento provar sua eficiência, poderá servir de modelo para futuros reatores de fusão nuclear, o que pode resultar em uma nova era de energia limpa ilimitada.
Cientistas chineses começaram a trabalhar no projeto já em 2006, com o desenvolvimento de variantes menores do reator de fusão nuclear.
O projeto não será apenas para a China.
O país está planejando usar o reator para colaborar com cientistas na França que estão trabalhando no International Thermonuclear Experimental Reactor – o maior projeto de pesquisa de fusão nuclear do mundo que deve ser concluído até 2025.
A China pretende desenvolver sua tecnologia de fusão, já que planeja construir um reator experimental já no próximo ano, construir um protótipo industrial até 2035 e entrar em uso comercial em larga escala até 2050.
Pequim lançou em novembro um plano nacional de desenvolvimento de tecnologia comprometendo-se a alcançar avanços em tecnologias essenciais, incluindo inteligência artificial, ciência aeroespacial e exploração profunda da Terra e do oceano.
Fontes:
Daily Mail: https://www.dailymail.co.uk/news/article-9018089/China-turns-nuclear-powered-artificial-sun.html
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Global News: https://globalnews.ca/news/7505850/china-artificial-sun/
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ABS CBN NEWS: https://news.abs-cbn.com/spotlight/12/05/20/china-turns-on-its-artificial-sun-in-quest-for-nuclear-fusion-energy
SANDRÃO FERNANDES