Por: Sandrão Fernandes
Governo de São Paulo afirma que a vacina é 100% eficaz contra a forma grave da doença, mas a morte do cantor Agnaldo Timóteo e de tantas outras pessoas, colocando em dúvida a eficácia do “imunizante”.
A morte do cantor Agnaldo Timóteo , aos 84 anos, reacendeu o debate sobre a eficácia das vacinas, especialmente a coronavac, depois da qual, casos de reações e óbitos vêm sendo registrados. O cantor e compositor morreu na manhã do sábado (03) em decorrência de complicações causadas pela Covid-19, após tomar as duas doses da Coronavac.
O cantor estava internado desde o dia 17 de março, dois dias depois de ter tomado a segunda dose do “imunizante” CoronaVac do Instituto Butantan. Timóteo estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Casa São Bernardo, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
O cantor havia recebido a primeira dose da vacina no dia 15 de fevereiro e, segundo o G1, “médicos acreditam que ele tenha se contaminado entre a primeira e a segunda dose”.
Ainda de acordo com o G1, na noite da sexta (16 de março), o cantor reclamou de falta de ar e a tomografia apontou “acometimento de médio a grave” dos pulmões.
Além de lamentações e homenagens, a morte do cantor após ser “imunizado” reascendeu a discussão sobre a eficácia da vacinação. Em resposta ao UOL, o Instituto Butantan “explicou que a vacinação diminui o risco, mas não imuniza totalmente a pessoa. Nenhuma vacina contra qualquer doença é 100% eficaz”.
O Butantan explicou que é preciso algumas semanas para obter uma resposta imune maior. “Algumas pessoas podem ainda ter a doença ou a infecção mesmo tendo sido vacinadas, mas poderão ter uma forma menos grave da doença em função do imunizante”, comentou o Instituto, em nota.
Contrariando a explicação do Instituto, o governo de São Paulo afirma que a vacina tem 100% de eficácia contra a forma grave da doença. A postagem acima foi feita no dia 12 de janeiro deste ano.
“Vacina do @butantanoficial contra o coronavírus apresenta 50,38% de eficácia global, índice superior ao patamar exigido pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Proteção é de 78% em casos leves e 100% contra casos moderados e graves da COVID-19.
Entenda: Metade das pessoas que tomaram a vacina e se infectaram ou não tiveram sintomas ou apresentaram sintomas muito leves, sem necessidade de atendimento médico. Menos de 3 a cada 10 pessoas vacinadas tiveram sintomas leves e passaram por algum atendimento médico, mas sem necessidade de hospitalização. 0 é o número de pessoas vacinadas que se infectaram e apresentaram quadro grave, com necessidade de hospitalização. A vacina contra o coronavírus é mais um compromisso do Instituto Butantan para salvar vidas. #PodeConfiar“, diz a publicação do governo de São Paulo.
Outros casos
Em Minas Gerais, uma mulher morreu de Covid-19 mais de 40 dias depois que tomou a segunda dose da vacina CoronaVac, tendo portanto, passado pela “janela imunológica” de duas semanas indicada pelos especialistas. Juliana Pereira Silva tinha 33 anos e morreu no dia 26 de março à espera de um leito de UTI.
O Secretário de Saúde de Lins (SP), Justiniano Rocha, que morreu de Covid-19 no dia 25 de março havia tomado as duas doses da CoronaVac, respectivamente, nos dias 21 de janeiro e 11 de fevereiro. Segundo o G1, a prefeitura de Lins não divulgou as datas em que o secretário começou a ter sintomas, testou positivo e foi internado.
Em Goiás, um idoso morreu no dia 24 de março vítima da Covid-19 pouco antes de receber a segunda dose da vacina. Seu Otalécio Oliveira Flores tinha 85 anos e não apresentava quaisquer problemas de saúde. “Ele tinha 85 anos, mas não tomava remédio para pressão nem nada, era muito saudável” disse uma sobrinha do idoso ao G1. A matéria não cita o nome do “imunizante”.
No Rio Grande do Norte, um casal de idosos morreu de Covid-19 no mesmo dia após ter tomado a primeira dose da CoronaVac. Casados há 63 anos, seu João Cipriano de Araújo, de 95 anos, e dona Joana Elísia de Araújo, 86 anos, morreram no dia 28 de fevereiro de 2021. O casal foi vacinado no dia 11 de fevereiro e testou positivo para o coronavírus no dia 24 de fevereiro.
Na Paraíba, o médico cirurgião, Fernando Ramalho Diniz, de 63 anos, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) em decorrência da infecção por Covid-19 no dia 13 de fevereiro de 2021. O médico havia tomado a primeira dose da vacina Coronavac no dia 20 de janeiro de 2021.
Em Pernambuco, uma idosa de 83 anos passou mal e teve que ser socorrida às pressas um dia após tomar primeira dose da vacina AstraZeneca da FioCruz. A idosa vomitou várias vezes, teve febre, falta de apetite e dificuldade para se manter sentada.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrou 60 mortes por vacina no primeiro mês de vacinação e 1.451 efeitos adversos até o dia 28 de março.