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Inadimplente deve três vezes o salário

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De 2014 para cá, a taxa de desemprego mais que dobrou, atingindo 14 milhões de brasileiros. Ao mesmo tempo, a população teve de conviver com a disparada da inflação, escassez de crédito e juro alto. Foi uma combinação perfeita para o aumento da inadimplência, que hoje atinge um contingente de 61 milhões de brasileiros. “É metade da população economicamente ativa”, afirma o presidente da Recovery, Flavio Suchek.
Segundo a Folha, o contingente de inadimplentes é o maior em pelo menos cinco anos – início do indicador de Inadimplência do Consumidor da Serasa Experian. “Diferentemente de outros períodos, como em 2012, a inadimplência elevada não é resultado de excesso de endividamento – até porque a carteira de crédito está em queda”, explica Luiz Rabi, economista da Serasa Experian. “Não é que o brasileiro está se endividando além da conta, é justamente o impacto da crise, com o desemprego em nível recorde. Não é que ele não quer pagar – ele não tem dinheiro.”
Na pesquisa feita pela Recovery, o inadimplente tem várias caras e foge de qualquer estereótipo. Um quarto dos endividados pertence à classe alta e 40% têm ensino superior, sendo que 10% são pós-graduados. Na média, cada brasileiro inadimplente tem três dívidas acumuladas, que somam R$ 8.370.
Apesar de a maioria dos inadimplentes ainda estar trabalhando, foram o aumento do desemprego e a queda na renda que turbinaram a escalada do atraso nos pagamentos. De acordo com a pesquisa, 43% dos entrevistados apontaram o desemprego como o grande vilão por não estarem em dia com as contas. Outros 19% disseram não ter renda para pagar a dívida, sendo que 27% deles pertencem à classe baixa.
O diretor do Data Popular, Dorival Mata-Machado, afirma que a pesquisa mostrou uma nova percepção da população brasileira em relação à inadimplência. “As pessoas estão menos preocupadas com o nome sujo e mais com o que é justo.” Isso significa que os devedores têm pleiteado melhores condições de pagamento, com descontos maiores e juros menores. Mas essa percepção só aparece quando a empresa de cobrança bate na porta da casa dos inadimplentes para receber a dívida. “Até então, a maioria não faz ideia de quanto deve e de quanto paga de juros”, diz Suchek. Ainda segundo a pesquisa, 36% dos inadimplentes não sabem o tamanho de sua dívida.
Isso denota que, além de um cenário econômico adverso, pesa na equação – e no bolso – a falta de conhecimento financeiro do brasileiro.
“O brasileiro tem dificuldades para lidar com o dinheiro. Para começar, ele superestima a sua renda, em média, em 8%”, afirma Bruno Poljokan, diretor da plataforma de crédito online Just, do grupo GuiaBolso. “Há ainda falta de informação sobre as modalidades de crédito, principalmente as mais caras, como cheque especial e cartão de crédito”, diz ele. Segundo dados do GuiaBolso, quase 40% dos usuários do aplicativo que pagaram juros mensais de ao menos R$ 5 no rotativo disseram acreditar que não estão endividados.
Esse quadro, aos poucos, vai se modificando. Segundo Mata-Machado, do Data Popular, os jovens são os que mais fazem exigências no acerto de contas, por estarem mais conscientes. “Essa população cresceu num período de bonança. Se estivesse com o orçamento apertado, fazia um bico, se endividava e corria atrás. Hoje eles estão tendo de fazer mais contas.”
De qualquer forma, a maioria dos inadimplentes quer renegociar a dívida, especialmente para voltar a consumir. Embora 79% deva mais para os bancos, é no comércio que o número de dívidas per capita é maior. São 2,59 dívidas por inadimplente.
Embora uma alternativa recomendada para os devedores seja trocar uma dívida cara por uma barata, quando o montante for muito grande, aconselha Poljokan, o ideal é insistir na renegociação, seja do valor, dos prazos ou condições. (BNews)

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