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Comunidade Quilombola de Volta Miúda celebra a tradição com comunidades da região

Franedir Gois/OPovonews

No 13º encontro de Quilombolas da região (23 e 24), a Comunidade de Volta Miúda reuniu mais de 1200 membros para celebrar e evidenciar as tradições dos ancestrais. Sobretudo homenageando honrosamente a senhora Brasília Aleixo, 91 anos, filha de escravos, assim como Brasilio Jerônimo, seu irmão.

Cada ano a celebração é realizado com muita festa, com muita fartura, com muita alegria, com muita solidariedade e muita vontade de manter viva a tradição e os costumes de uma comunidade que existe há séculos. Os participantes vêm de muitos lugares e são recebidos por seus familiares que em sua maioria ainda moram na comunidade. Lembrando, que essas pessoas nasceram em Volta Miúda, mas, a cada ano voltam para participar da festividade. Vêm pessoas de Vitória do Espirito Santo, Minas Gerais, Estados Unidos, Rio de Janeiro, Aracruz, França, Nanuque, Caravelas, Nova Viçosa, Alcobaça e das demais comunidades da região do Extremo Sul da Bahia. Em 2023 a celebração durou dois dias, entre os dias 23 e 24 de dezembro.

Dona Brasília Aleixo, 91 anos, é uma das mais antigas da comunidade, filha de Jerônimo Aleixo e Firmina Eufrazina. Vitório Aleixo, seu bisavô, veio da África, seus avós Berto Vitório e Maximiliano, nasceram na região. Seus pais tiveram 8 filhos, 5 mulheres e 3 homens: Manoel Antônio, João Ricardo, Francisco Ramon, Genésia, Brasília…

Célio Leocádio, presidente da APRVM fez uma honrosa homenagem a Dona Brasília, entregando um cetro munido de uma cumbuca representando a realeza de uma comunidade que resiste na luta em defesa dos ancestrais. Também foi entregue um banquinho onde a rainha sentou e cantou canções que traduzem a força e coragem de uma gente que luta para manter viva suas tradições e seus costumes.

Célio Leocádio também recebeu várias pessoas que querem se engajar no projeto no fortalecimento da cultura quilombola. Dr. Lúcio Ramalho, cirurgião dentista renomado se prontificou em ajudar e fazer parte da luta, assim como Drª Maluma Perniceni (médica que se dedica aos pobres) e seu esposo Charles. Também membros de instituições, como UNEB, UFSB, MPF, DPU, IF BAIANO estiveram presentes fortalecendo o evento.

A celebração de 2023 durou dois dias. 23 e 24 de dezembro marcou o cotidiano da Comunidade de Volta Miúda. Foram mais de 1200 membros quilombolas que participaram e manifestaram alegria em poder manter viva a tradição de uma Comunidade que está sempre em busca de oportunidades e melhores dias para viver. A cada ano a celebração cresce e se fortalece na união, no desejo de ser forte, na vontade de mostrar seus e sua cultura.

Comunidade de Juerana, Comunidade de Espora Gato, Comunidade de Rio do Sul, Comunidade de Vila Juazeiro, Comunidade do KM 60, Comunidade do KM 58, Comunidade Cândido Mariano, Helvécia, Posto da Mata, Nova Viçosa, Caravelas, Alcobaça. Essas representações fortalecem e traduzem o legado de uma tradição que perdura por séculos e que jamais deve desaparecer. São os Quilombolas, são os afrodescendentes, são as Comunidades que lutam e buscam seu espaço na sociedade. O Extremo Sul da Bahia é forte e tem história que precisa ser vista e ouvida.

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