APRVM reivindica ao governador Jerônimo asfalto que liga BR 101 a 418 unindo Caravelas, Mucuri, Nova Viçosa e Teixeira de Freitas

Franedir Gois/Opovonews

O presidente da Associação de Produtores Remanescentes Quilombolas de Volta Miúda, Célio Pinheiro Leocádio esteve presente na reunião dos prefeitos do Extremo Sul, junto com o governador Jerônimo para reivindicar asfaltamento para a estrada (BA Quilombo – Maria Mil Réis), que liga a BR 101, em Teixeira de Freitas à 418, em Caravelas, uma extensão de 32 km.

Segundo Célio Leocádio a estrada facilitará o intercâmbio entre Mucuri, Nova Viçosa, Caravelas e Teixeira de Freitas, além de agregar as comunidades quilombolas que estão no entorno. Também, encurtará distância, sobretudo, agora com a chegada do novo hospital Costa das Baleias, recém, inaugurado pelo governador Jerônimo e presidente Luiz Inácio Lula. Vai agregar melhorias para saúde, para educação, agricultura familiar, pois, por meio desse trecho se escoa grande volume de produtos que fortalecem as feiras agrícolas nas cidades citadas.

“Esse é um sonho das nossas comunidades quilombolas que de certo modo ficam isoladas, sem apoio, sem políticas públicas e sem condições de vida digna. Quando chega o período das chuvas ficamos ilhados, por conta dos caminhões de eucalipto que destroem o resto que sobra das estradas, sem condições de levar o que produzimos para as feiras e isso causa muito prejuízo. Quando chega o verão, ficamos sobre nuvens de poeira que os mesmos caminhões de eucalipto produzem e nos deixam vulneráveis às doenças. As pessoas adoecem e têm dificuldades para chegar ao hospital. É uma necessidade que esse asfalto venha”. Disse.

Célio Leocádio explica que já protocolou esse documento já desde 2022 para as várias secretarias do estado. Já entregou pessoalmente nas mãos do governador Jerônimo e, a convite do presidente do Consórcio Construir, o prefeito Manrick Teixeira, teve a oportunidade de expor sua reivindicação junto aos prefeitos da região e o governador, quando esteve no Extremo Sul entre os dias 7 e 11 de maio.

“Tive a oportunidade e privilégio em acompanhar o governador Jerônimo e os 10 secretários de estados que o acompanharam quando visitou Caravelas, Alcobaça, Vereda, Ibirapuã, Lajedão e Teixeira de Freitas. Junto com outros amigos quilombolas nos sentimos esperançosos ao vermos tantos benefícios trazidos para a nossa região do Extremo Sul, para vários municípios. Percebemos a sensibilidade e carinho do governador em nos receber, sobretudo, colocando seu chefe de gabinete, Adolfo Loyola para sentar conosco pautando nossas prioridades, principalmente o asfaltamento da BA Quilombola – Trecho Maria Mil Réis. Sabendo que esse trecho unirá 4 municípios, irá encurtar distância e facilitará o escoamento expressivo dos produtos produzidos pelas comunidades quilombolas que são levados para as feiras da região”. Declarou.

Célio Leocádio reitera, em nome de sua comunidade, gratidão ao governo Jerônimo que se sensibilizou, em nome da Secretaria de Saúde do estado SESAB, enviando uma equipe para a Comunidade Quilombola de Volta Miúda, entre os dias 29 e 30 de abril. Foi um pedido de socorro sobre a saúde da comunidade.

“A equipe que veio de Salvador, representada por Leila, assistente social muito competente, Jéssica Lopes, enfermeira muito dedicada que estiveram fazendo visitas aos idosos, em Volta Miúda, depois se reuniram com os profissionais de saúde de Caravelas e outros municípios promovendo oficinas. Estamos no aguardo dos resultados da visita, ansiosos por uma saúde mais digna para todos”. Ponderou.

Leocádio é um líder determinado, zeloso, cuidadoso e prestativo. Sempre tem buscado melhorias para sua comunidade, mesmo diante das adversidades.

“Há mais de 4 séculos a Comunidade Quilombola de Volta Miúda e adjacência tem sido esquecida por falta de políticas públicas que facilitem a vida dos cidadãos, por falta de estradas, saúde melhor, educação, comunicação e ainda sendo massacrada, perseguida, prejudicada pela monocultura do eucalipto que destrói a Mãe Natureza, as nascentes, os lagos, os rios, os córregos, envenena o solo, o ar. Nós precisamos de uma resposta do estado sobre o que irá fazer para a Comunidade. Não adianta gastar milhões e milhões investido na saúde quando na nossa comunidade temos o maior predador chamado Suzano Papel Celulose. Ela protagoniza todas as doenças quando mata as nascentes, polui o ar e a terra. Precisamos saber de quantos anos precisarão para despolir a terra e as pessoas da comunidade tenham condições de trabalhar com maior naturalidade produzindo comida natural. Com essa empresa nos sufocando e nos destruindo, fica muito difícil continuarmos resistindo”. Finalizou.