Desde 2003 que esta data é comemorada para dar visibilidade à importância da vida nas montanhas, mostrar as oportunidades e constrangimentos do desenvolvimento dessas regiões e construir alianças que resultem em mudanças positivas para os habitantes das montanhas em todo o mundo.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, FAO, perto de um bilhão de pessoas vivem em áreas montanhosas e mais de metade da população mundial depende das montanhas para ter acesso a água, alimentos e energia limpa. No entanto, as montanhas estão ameaçadas pelas alterações climáticas, degradação dos solos, a exploração excessiva de recursos e desastre naturais que podem ter consequências devastadoras.
As montanhas são os primeiros indicadores das alterações climáticas e à medida que o aquecimento global se intensifica, as populações enfrentam sérias dificuldades em sobreviver.
A subida das temperaturas faz com que os glaciares das montanhas derretam de forma sem precedentes, afetando o acesso de milhões de pessoas a água potável.
As mudanças climáticas e os desastres provocados pelo clima, combinados com a marginalização política, económica e social, aumentam a vulnerabilidade dos povos das montanhas à escassez de alimentos e à pobreza extrema. Atualmente, estima-se que 1 em cada 3 pessoas nos países em desenvolvimento seja vulnerável à insegurança alimentar.
Desafios
A FAO lembra que à medida que a vulnerabilidade das populações de montanha cresce, a migração aumenta. Aqueles que permanecem são muitas vezes mulheres, deixadas para administrar as propriedades, mas com pouco acesso a crédito, formação e direitos de posse da terra.
Por isso, a agência acredita que investimentos e políticas podem aliviar as duras condições de vida das comunidades montanhosas e reverter as tendências migratórias destas áreas.
Apesar de serem mencionadas na Agenda de 2030, as montanhas continuam a ser esquecidas.
Importância
A água das montanhas são as “torres de água” do mundo, fornecendo entre 60% e 80% de todos os recursos de água doce para o nosso planeta. Algumas das maiores cidades do mundo, incluindo Melbourne, Nairóbi, Nova Iorque, Rio de Janeiro e Tóquio, dependem de montanhas para água doce.
Segundo a FAO, estas regiões são o lar de 13% da população mundial. Mais de 90% dos habitantes das montanhas do mundo vivem em países em desenvolvimento e uma em cada três pessoas nas montanhas dos países em desenvolvimento vive em situação de insegurança alimentar.
O turismo de montanha atrai cerca de 15-20% do turismo global, sendo áreas de importante diversidade cultural, conhecimento e patrimônio.
Metade da biodiversidade mundial está concentrada nestes locais, sendo que estas são o lar de muitos dos alimentos que vêm à nossa mesa, como arroz, batata, quinoa, tomate e cevada. Seis das 20 plantas que fornecem a maior parte da comida do mundo têm origem em áreas montanhosas.
Muitas áreas também abrigam antigas comunidades indígenas que possuem e mantêm preciosos conhecimentos, tradições e idiomas.
As montanhas ainda desempenham um papel fundamental no fornecimento de energia renovável, como energia hidrelétrica, energia solar, energia eólica e biogás.
A energia hidrelétrica fornece cerca de um quinto de toda a eletricidade em todo o mundo e alguns países dependem quase exclusivamente de regiões montanhosas para a geração deste tipo de energia.