O Povo News

11 de setembro dia Nacional do Cerrado

Responsável pela cobertura de 25% do território nacional, o cerrado comemora seu dia neste 11 de setembro. O segundo bioma em área do país concentra boa parte do seu território nativo no planalto central. Embora, em 2023, o governo federal tenha reduzido os índices de desmatamento na região amazônica, efeito semelhante ainda não se reproduziu no Cerrado.

A meta é reverter o impacto da degradação recente. Nos oito meses deste ano, foi possível aumentar em 26% a emissão dos autos de infração por desmatamento. Também houve aumento de 84% das multas por desmatamento; de 28% das apreensões no bioma; de 23% dos embargos e de 26% dos autos de infração por crimes contra a flora em relação à média para o mesmo período nos últimos quatro anos. Já os termos de destruição de equipamentos usados em crimes ambientais tiveram alta de 130% no bioma.

No Cerrado, de janeiro a julho deste ano, os avisos do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) aumentaram 21%. Diferentemente da Amazônia, que possui Reserva Legal de 80% da área de vegetação nativa em propriedades rurais, no Cerrado esse percentual é de apenas 20%. O desmatamento do Cerrado é, em grande parte, autorizado.

Ainda assim, em comparação com a média dos últimos quatro anos para o primeiro semestre, houve um aumento de 21% de autos de infração relativos à flora lavrados pelo Ibama, de 90% em multas, de 26% de embargos, 40% de termos de apreensão e 245% de termos de destruição.

Cetas

Os Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) desempenham um papel vital na conservação do Cerrado e de sua fauna. São responsáveis pela recuperação e reabilitação de animais silvestres vítimas de tráfico, maus-tratos ou outras situações de risco. Muitos dos animais atendidos nos Cetas são originários do Cerrado. Nesse sentido, fica evidente o papel fundamental na reintrodução de espécies de volta ao seu habitat natural.

A diversidade do Cerrado é surpreendente, com uma grande variedade de espécies vegetais, incluindo árvores, arbustos, gramíneas e flores que se adaptaram às condições climáticas desafiadoras desse bioma, marcadas por estações secas e úmidas distintas. A fauna também é excepcional, com muitas espécies endêmicas, ou seja, encontradas apenas nessa região.

Entre os animais notáveis estão o lobo-guará, o tamanduá-bandeira, a onça-pintada, o tatu-canastra e uma abundância de aves, répteis e insetos. Essa riqueza biológica desempenha um papel fundamental na manutenção do equilíbrio dos ecossistemas e contribui para a saúde do planeta como um todo.
A importância de conservar o bioma não pode ser subestimada. Além de abrigar uma riqueza incomparável de biodiversidade, o Cerrado desempenha um papel crucial na regulação do clima, no ciclo da água e na preservação do solo. Suas áreas de vegetação nativa também servem como importantes sumidouros de carbono, ajudando a mitigar as mudanças climáticas.

Neste Dia do Cerrado, devemos lembrar da importância de preservá-lo e de conservá-lo. A conscientização sobre os desafios que enfrentamos e o apoio às iniciativas de conservação, bem como a todos que, como o Cetas, contribuem para a sua conservação, são passos fundamentais para garantir que as futuras gerações possam desfrutar da beleza e da riqueza do Cerrado.

Prevfogo

O Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo/Ibama) tem uma atuação intensa no Cerrado. Cuida do bioma com diversas ações de prevenção e conta com 37 brigadas florestais, com um total de 813 brigadistas. Isso equivale a aproximadamente 40% do contingente de brigadistas contratados pelo Ibama no Brasil. Assim, o Prevfogo tem atuação direta em mais de 4 milhões de hectares, além da possibilidade em apoiar eventuais combates a incêndios em mais de 8 milhões de hectares.

Das brigadas inseridas no Cerrado, 20 delas são indígenas; seis quilombolas; três em assentamentos da reforma agrária; três são especializadas para atuação no bioma; e cinco são pronto emprego, podendo ser mobilizadas para atuar em outras áreas do país, conforme demandas.

Além das ações de combate, são realizadas diversas outras de prevenção pelas brigadas. Isso envolve a construção de aceiros, a realização de queimas prescritas e de atividades educativas nas comunidades e escolas onde estão inseridas, visando à redução da ocorrência de incêndios florestais no bioma.

Recentemente, em Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o Ibama promoveu oito oficinas da Educação Ambiental no Manejo Integrado do Fogo (MIF) visando ao combate e à prevenção a incêndios.

No Mato Grosso, a atividade foi realizada em terra indígena, em parceria com Analistas Ambientais ligados à Equipe de Educação Ambiental (EEA/MT) do Estado, que atuaram como facilitadores em conjunto com o Comitê Intersetorial Permanente de Educação Ambiental (Cipea).

Foram 36 indígenas capacitados, sendo 22 da terra indígena Irantxe/Manoki e 14 da Menku. Foi no Cerrado mato-grossense que nasceu o programa de brigadas indígenas do Prevfogo. O objetivo da atividade foi de preparar os indígenas para desenvolver ações preventivas com seu povo.

Prad

Há programas que se mantêm em evidência, produzindo efeitos positivos e com efetividade comprovada. É o caso, por exemplo, do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (Prad), voltado para a recuperação da cobertura vegetal nativa, alterada com o cultivo de espécies exóticas invasoras introduzidas por empreendimento comerciais, tais como mineração.

Esse processo de recuperação tem como objetivo proteger o ambiente e as comunidades do entorno e atender às condicionantes de operação do Ibama. Como metas, o retorno das áreas à condição mais próxima possível da condição pré-mineração e a revegetação com 100% de espécies nativas da região.

Características do cerro

A abrangência

O bioma abrange uma área entre 1,8 e 2 milhões de km² nos Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, sul do Mato Grosso, oeste de Minas Gerais, Distrito Federal, oeste da Bahia, sul do Maranhão, oeste do Piauí e porções de São Paulo. Ainda há fração de Cerrado no Paraná e em áreas disjuntas dentro de outros biomas (Floresta Amazônica). É a segunda maior formação vegetal do país, após a Floresta Amazônica, concentrando-se principalmente no planalto central brasileiro

O Cerrado é uma das regiões de maior biodiversidade do mundo, e estima-se que possua mais de 6 mil espécies de árvores e 800 espécies de aves. Acredita-se que mais de 40% das espécies de plantas lenhosas e 50% das abelhas sejam endêmicas. Ao lado da Mata Atlântica, é considerado uma grande riqueza natural e de elevada biodiversidade, com reconhecimento mundial. Ou seja, um dos biomas mais ricos e, infelizmente, também dos mais ameaçados do mundo.

Assim como ocorre nos outros biomas do Brasil, a posição e extensão do Cerrado são determinadas pelo clima, que é do tipo tropical, com precipitação variando de 750 a 2000 mm por ano, em média, embora na maior parte da província ocorram chuvas entre 1100 e 1600 mm por ano. Ocorrem duas estações climáticas por ano: a estação seca, que dura aproximadamente cinco meses (de maio a outubro), e a estação chuvosa, no restante do ano (de outubro a maio).

A biodiversidade

O bioma Cerrado abriga um número de espécies vegetais e animais semelhante ao encontrado em formações florestais, tendo sido considerado como uma das 27 áreas críticas de biodiversidade do planeta e alto grau de endemismo, principalmente em relação à flora. A grande complexidade de habitat e paisagens no Cerrado propiciam a existência de uma fauna diversa e abundante, distribuída de acordo com os recursos ecológicos disponíveis, topografia, solo e microclima.

Na região de cerrado, devido a sua grande heterogeneidade, podem ocorrer até 5% da fauna mundial e cerca de um terço da fauna brasileira. Estimativas apontaram aproximadamente 320.000 espécies da fauna para o Cerrado, distribuídas por 35 filos e 89 classes, sendo 67.000 de invertebrados, correspondendo a 20% da biota desse bioma.

Os ambientes aquáticos

No Cerrado há também uma série de ambientes aquáticos, como nascentes, lagoas efêmeras e ambientes brejosos (buritizais e veredas), assim como rios e riachos, formadores das principais bacias hidrográficas do Brasil. As bacias hidrográficas apresentam uma biota diversificada e rica em invertebrados e vertebrados aquáticos, entretanto grande parte ainda não é totalmente conhecida.

Todas essas bacias apresentam uma biota característica. Quanto à ictiofauna, as espécies que ocorrem nas cabeceiras têm relações mais estreitas com a da própria bacia à jusante do que com a de cabeceiras de outras bacias. Entretanto, nas áreas em que há conexões entre as bacias (“Águas Emendadas”) pode haver troca entre a ictiofauna de cada uma.

No Distrito Federal há conexões entre as bacias de Tocantins e Paranaíba, Tocantins e São Francisco, e São Francisco e Paranaíba, embora somente a primeira conexão encontre-se protegida pela ESEC Estadual de Águas Emendadas e as outras duas estejam seriamente comprometidas pela pressão das atividades humanas.

 

Assessoria de Comunicação do Ibama
imprensa@ibama.gov.br
61 3316-1015

Fotos:
Antonione Aquino/Ibama – Capitão do Cerrado

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