Acordo abre caminho para desatar um dos nós que impediam o início do trabalho das comissões na Câmara dos Deputados.
O senador Efraim Filho (Uniao-PB) será o presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO). O colegiado será responsável por apreciar o Orçamento de 2026. E a definição ocorre antes mesmo da atual composição da comissão votar o Orçamento deste ano, 2025.
Efraim foi comunicado da escolha na reunião de líderes do Senado nessa quinta-feira (13).
Acordo abre caminho para desatar um dos nós que impediam o início do trabalho das comissões na Câmara dos Deputados.
A cada ano, Câmara e Senado alternam quem ficará com a presidência e quem ficará com a relatoria da Comissão de Orçamento, que é do Congresso Nacional e, portanto, reúne parlamentares das duas casas. Como em 2025, o presidente da CMO é um deputado e o relator é um senador, em 2026 ocorrerá o contrario.
E União Brasil e MDB da Câmara disputavam a relatoria, considerada uma das funções mas prestigiadas do Parlamento, já que é responsável por definir como o dinheiro da União será gasto ao longo do ano.
Líderes da Câmara afirmaram depois da reunião desta quinta (13) que se o Senado indicasse um presidente do União Brasil, a relatoria ficaria com um deputado do MDB e vice-versa. A decisão dos senadores abre caminho para que o próprio líder do MDB, Isnaldo Bulhões (MDB-AL) assuma a relatoria do Orçamento.
Negociações no Congresso
Bulhões chegou a ser cotado para assumir um ministério — a Secretaria de Relações Institucionais — no lugar de Alexandre Padilha. O nome dele abriria espaço para o Centrão na articulação política do governo, mas o presidente Lula preferiu a deputada Gleisi Hoffmann, que era presidente do PT. Depois, Bulhões chegou a ser cogitado para a liderança do governo na Câmara, mas o Planalto descartou mudanças. O nome dele é muito bem avaliado dentro do núcleo duro do governo.
Com o MDB na relatoria do Orçamento, o União Brasil deve presidir a comissão mais importante da Câmara — a Comissão de Constituição e Justiça. Um acordo no início da legislatura previa a alternância da presidência entre PT, PL, União e MDB ao longo dos quatro anos. Mas o União na Câmara queria abrir mão da sua vez esse ano em troca da relatoria do Orçamento. O MDB, por outro lado, não queria antecipar sua presidência porque também brigava pela relatoria.
Uma reunião na próxima terça (18) deve definir a presidência das Comissões. O presidente da Câmara quer instalar os colegiados na quarta-feira (19).
Já o Orçamento de 2025 deve ser analisado na Comissão Mista de Orçamento também na terça (18). A previsão é de que o Congresso vote em Plenário na quarta (20), mas há dúvidas se será possível aprovar o texto antes do fim de março.