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Trump x Maduro: entenda a escalada de tensões entre EUA e Venezuela; cronologia

Um vídeo divulgado nesta terça (2) por Trump mostrou militares dos EUA atacando uma embarcação no Caribe, que, segundo Washington, transportava drogas; 11 pessoas morreram. Um dia antes, Maduro havia prometido que a Venezuela entraria em uma ‘luta armada’ caso fosse agredida.

Um vídeo divulgado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mostrou o momento em que militares norte-americanos atacaram uma embarcação no Caribe nesta terça-feira (2). Segundo o governo dos EUA, o barco estava carregado com drogas, e 11 pessoas morreram.

Um dia antes, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro afirmou que a Venezuela entraria em uma “luta armada” caso fosse agredida.

As situações marcam a escalada de tensões entre os dois países e aumenta as especulações sobre uma possível intervenção militar dos EUA na Venezuela.

O embate entre Trump e Maduro não é de agora. Em 2017, em seu primeiro mandato, Donald Trump chegou a falar em “opção militar” para a Venezuela.

Em janeiro de 2019, Maduro rompeu relações diplomáticas com os EUA poucas horas depois de Juan Guaidó se declarar presidente interino e receber apoio de Washington e do Brasil. Na ocasião, voltou a circular a ameaça de uma intervenção militar americana.

Já em março de 2020, os EUA acusaram formalmente Maduro de narcoterrorismo e ofereceram uma recompensa de US$ 15 milhões por informações que levassem à captura do líder chavista.

Entenda abaixo como a crise se desdobrou nos últimos dias:

7 de agosto de 2025: recompensa

Em 7 de agosto deste ano, os Estados Unidos elevaram para US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) a recompensa por informações que levem à prisão ou condenação de Nicolás Maduro. O anúncio foi feito pela procuradora-geral Pam Bondi.

Os EUA já haviam divulgado, em 28 de julho, um cartaz oferecendo US$ 25 milhões (cerca de R$ 140 milhões) pela captura do líder venezuelano.

Segundo Bondi, o valor foi dobrado porque Maduro representa uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos e seria, nas palavras dela, “um dos maiores narcotraficantes do mundo”.

8 de agosto de 2025: governo Maduro responde

O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino Lopez, foi à TV no dia 8 de agosto para rebater as acusações dos Estados Unidos contra Maduro.

Um dia após o governo Trump dobrar a recompensa por informações sobre Maduro, o comandante das Forças Armadas venezuelanas classificou as declarações feitas pelos departamentos de Estado e Justiça como “tolas”.

Vladimir Padrino Lopez também teve uma recompensa fixada pelos EUA por informações sobre ele, assim como Diosdado Cabello Rondón, ministro do Interior, Justiça e Paz.

14 de agosto de 2025: EUA começam a enviar tropas

Em 14 de agosto, surgiram informações de que os Estados Unidos estariam enviando tropas para a América Latina para enfrentar ameaças ligadas a cartéis de drogas na região.

Segundo duas fontes ouvidas pela agência Reuters, o Departamento de Defesa americano deslocou forças aéreas e navais para o sul do Mar do Caribe.

A movimentação ocorreu após Trump assinar, de forma secreta, uma ordem autorizando o Pentágono a usar poder militar em países latino-americanos no combate ao narcotráfico. A informação foi revelada em reportagem do jornal norte-americano The New York Times.

19 de agosto de 2025: “toda força” contra Maduro

A porta-voz do governo americano, Karoline Leavitt, afirmou no dia 19 de agosto que Trump usaria “toda a força” contra o regime venezuelano.

“Maduro não é um presidente legítimo. Ele é um fugitivo e chefe de um cartel narcoterrorista acusado nos EUA de tráfico de drogas. Trump está preparado para usar toda a força americana para deter o tráfico de drogas”, disse Leavitt, a jornalistas, na Casa Branca.

No mesmo dia, Maduro anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em resposta ao que chamou de “ameaças” dos Estados Unidos.

“Vou ativar nesta semana um plano especial para garantir a cobertura, com mais de 4,5 milhões de milicianos, de todo o território nacional, milícias preparadas, ativadas e armadas”, anunciou em ato transmitido pela TV, ao ordenar “tarefas” perante “a renovação das ameaças” dos EUA contra a Venezuela.

Ainda naquela semana, os Estados Unidos deslocaram três navios de guerra para o sul do Caribe, próximos à costa da Venezuela, alegando combater ameaças de cartéis de drogas, segundo agências de notícias.

28 de agosto de 2025: Maduro visita tropas

Nicolás Maduro apareceu de farda militar ao visitar tropas em 28 de agosto, mesmo dia em que navios de guerra dos EUA começaram a chegar no sul do Caribe.

Maduro falou em “defender a paz e a soberania nacional” contra uma “guerra psicológica” empregada pelo governo de Donald Trump e disse que o governo da Colômbia se uniu aos esforços dos venezuelanos para reforçar a segurança na fronteira.

“Hoje posso dizer, depois de 20 dias seguidos de anúncios, ameaças, guerra psicológica, 20 dias de cerco contra a nação venezuelana, que hoje estamos mais fortes que ontem, mais preparados para defender a paz, a soberania e a integridade territorial do que ontem — muito mais”, afirmou o líder venezuelano.

29 de agosto de 2025: Venezuela pede ajuda à ONU

O governo da Venezuela enviou, em 29 de agosto, uma carta à Organização das Nações Unidas (ONU) pedindo ajuda diante do avanço da frota enviada pelo governo norte-americano ao Caribe.

No texto assinado por Nicolás Maduro e endereçado ao secretário-geral da ONU, António Guterres, Caracas solicitou que a ONU exija que o governo de Donald Trump cancele a operação naval a caminho da costa da Venezuela. E chamou a ofensiva de Trump de “ameaça gravíssima”.

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