“Que a situação de Caravelas era caótica, a gente já sabia, mais não pensávamos que fosse tão devastadora, tanto na manutenção dos serviços básicos como, coleta de lixo, remédios, iluminação e outros serviços essenciais no dia a dia da população, como no pagamento de servidores, fornecedores e serviços da Coelba, Embasa e telefone”, disse em entrevista na tarde desta última terça-feira, dia 3 de janeiro, o novo prefeito de Caravelas, Silvio Ramalho (PMDB)
Ainda segundo Ramallho, o ex prefeito Jadson Ruas (PSL), deixou a folha de pagamento dos servidores sem pagar, somando um montante de R$ 1.238.000. “Foram feitos alguns pagamentos pra aliados”, denuncia o novo gestor, completando que a conta de água do município chega a quase R$ 300 mil.
“Fora os cheques emitidos que devem ultrapassar a cifra de quase R$ 4 milhões e nas contas da prefeitura o saldo deixado foi de R$ 300”, informou Luiz Renor, novo secretário de Administração.
A farra com o dinheiro público, segundo o novo governo, foi tanta que os ex-gestores do município ainda levaram tudo que eles podiam carregar. “Aparelhos de ar condicionado foram quase todos levados, máquinas e equipamentos, só deixaram os que não estavam funcionando, computadores, só ficaram os que eles não puderam carregar, mesmo assim fizeram questão de limpar os HDs para não deixar nenhum documento que pudesse mostrar as armações feitas”, completa um relato feito por Silvio Ramalho e distribuído a alguns órgãos de imprensa.
Ainda segundo o documento o desrespeito com o dinheiro público era tão vergonhoso, que basta entrar na antiga Secretaria de Educação para se ter uma ideia do prejuízo, com uma montanha de livros inutilizados, máquinas de costura que poderiam estar ajudando alguma dona de casa a ganhar o sustento de sua família, jogadas, e até cadeira de rodas que poderiam ajudar alguma criança com necessidades especiais a se locomover, dispensadas no meio do lixo da secretaria.
“Por estas e outras coisas é que o prefeito Sílvio Ramalho impossibilitado de iniciar sua gestão decretou “Situação de Emergência” no município”, finaliza o relato.
A decretação do Estado de Emergência, como por sinal foi feito no início do governo de João Bosco (PT), em Teixeira de Freitas, permite ao prefeito comprar e contratar serviços sem a necessidade dos trâmites burocráticos da Lei de Licitações.