Líder do maior partido do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) voltou a atacar, em conversa com jornalistas, a administração do presidente Michel Temer, também peemedebista, dizendo que se continuar como está, “o governo vai cair para um lado e o PMDB para o outro”. Segundo ele, “o governo é temporário”, diferentemente da legenda, “que já prestou relevantes serviços para o país e vai continuar prestando”.
“Com o governo do deputado cassado Eduardo Cunha eu já rompi, vou aguardar o próximo”, ironizou Renan, fazendo referência a críticas anteriores a Temer, quando acusou o ex-presidente da Câmara, também do PMDB, hoje preso em Curitiba pela Operação Lava Jato, de mandar no governo.
Renan voltou a criticar as principais medidas econômicas defendidas pelo governo. “O PMDB vai ter de patrocinar as reformas vindas do Planalto sem discutir? Se continuar assim, vai cair o governo para um lado e o PMDB para o outro. É uma questão política, não é pessoal”, reforçou. Renan considera que a votação da Reforma da Previdência no Senado só deve ocorrer no segundo semestre. “Se chegar”, ponderou, considerando que a matéria não seja nem sequer aprovada na Câmara.
Apesar de ter subido o tom contra o governo nas últimas semanas, Renan disse que a temperatura está “normal”. “É quente assim mesmo”, brincou. Ele afirmou que desde que o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) assumiu, no ano passado, deixou claro que “não dava para diminuir a inflação agravando a recessão” e que está apenas mantendo a sua coerência. “Não se trata de quantos senadores estão com Renan e sim quantos apoiam as divergências sobre as medidas do governo”. (Fonte: Veja – Foto: Agência Brasil)