A chefe da pasta da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina, reconheceu que o preço do ovo no Brasil deve sofrer um aumento. Segundo a ministra, embora o setor viva um “boom” durante a pandemia de Covid-19, com crescimento na demanda pelo produto, a dificuldade para acesso a insumos como a soja e milho, usados para ração, dá origem ao problema.
“É a minha maior preocupação [aumento]. Não é nem com eles, os produtores, porque esse reajuste deles vai acontecer. A minha preocupação é com os consumidores, porque o preço deve aumentar”, pontuou, ressaltando que o principal motivo para a provável elevação dos valores é, além da falta dos insumos, o aumento dos custos a nível internacional. “O custo está subindo no mundo inteiro e vai aumentar no Brasil. Não tem muito jeito. Temos que produzir mais, plantar mais milho e programar uma safra maior para setembro”, disse em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo.
“É preciso compreender que essa situação é temporária, porque é uma condição de mercado e, sobre isso, não há muito o que fazer”, esclareceu. De acordo com Tereza Cristina, o plantio de soja já apresenta aumento e a proposta é que o Ministério da Agricultura incentive também a plantação de milho no Brasil para controlar a situação. No entanto, segundo ela, não é possível garantir novas safras recordes em 2021. “Vamos ter perdas, porque estamos com alguns problemas climáticos em algumas regiões. Há falta de chuva em algumas áreas do Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. Nessa época, as chuvas são mais irregulares. Mas teremos ótimas safras.”
Ainda sobre a produção de soja e milho, Tereza Cristina falou a situação atual e a demanda internacional pelos insumos, destacando que a questão é um “problema global”. “O mundo hoje é conectado, o Brasil não é uma ilha”, afirmou, explicando como os problemas de outros países afetam toda cadeia dos produtos. “Os Estados Unidos estão com estoque de milho muito baixo em relação ao que costumam ter. O estoque de soja deles está baixíssimo. Paralelamente, na área econômica, a China cresceu. Os Estados Unidos também vão retomar a economia com a vacinação. Tudo isso junto aumenta o consumo, além de outros países que são demandadores de soja e milho e que voltarão a comprar. Então, o que nós temos que fazer é produzir mais.”
FONTE: JOVEN PAN