Bárbara Martau/Opovonews – Foto: Arquivo pessoal
A professora Ducilene Ribeiro Souza de 34 anos, que aguardava há mais de 100 dias no Hospital Luis Eduardo Magalhães, em Porto Seguro, transferência para algum hospital que tivesse serviço de neurocirurgia com UTI e aparelho de angiografia, embarcou para Salvador na manhã de quarta-feira, 30 de julho. Ela foi levada em UTI aérea para o Hospital Bahia.
Vítima de um aneurisma cerebral, a paciente precisava fazer uma angiografia – exame que mostra a circulação sanguínea no cérebro – para determinar com exatidão qual o tratamento médico a ser adotado. No entanto, para a realização do exame era preciso que a paciente estivesse sem febre, o que não vinha sendo possível porque, devido ao longo tempo de internação, sua condição de saúde estava piorando. Por isso a equipe médica que a atendia no HLEM solicitou a transferência para um hospital com mais recursos.
Assim que Ducilene chegou a Salvador uma equipe já a esperava no Hospital Bahia. Imediatamente foi feita a angiografia, que apontou a necessidade de cirurgia. Ela agora fará os exames complementares para ser submetida à operação, marcada para a semana que vem.
Agradecimentos
A família da professora elogiou o ótimo atendimento recebido durante todo o tempo em que Ducilene permaneceu no HLEM e agradeceu o empenho do hospital para obter uma vaga em Salvador. Os familiares também agradeceram à secretária de Saúde Edna Alves e à equipe da pasta, que não mediu esforços para conseguir a transferência da paciente, assim como ao vereador Valcledes Alves Seara, conhecido como Corea, e também à imprensa.
Entenda o caso
Com histórico familiar de AVC, Ducilene deu entrada no HLEM no dia 14 de abril com hemorragia cerebral, e ficou vários dias em coma induzido. Assim que perceberam a gravidade da situação, os médicos pediram a transferência da paciente para um hospital com mais recursos.
Enquanto aguardava, aos poucos ela foi melhorando e, graças à fisioterapia, já estava inclusive dando os primeiros passos no quarto. No entanto, infecções fizeram com que Ducilene se debilitasse novamente, chegando ao ponto de, atualmente, encontrar dificuldade até mesmo para falar.
Em maio, a família da paciente obteve na Justiça duas liminares obrigando o estado e o município a garantir a transferência dela no prazo de 24 horas, mas a ordem judicial vinha sendo descumprida há desde então. De acordo com familiares, o grande obstáculo para a solução do caso estava na Central Estadual de Regulação de Vagas, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde, em Salvador.