A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, esteve no Extremo Sul da Bahia, esta semana, visitando áreas de conflito na região. O objetivo da visita foi ouvir as lideranças indígenas locais e buscar uma maior articulação com as prefeituras e o governo do estado da Bahia para enfrentar a questão.
“Juntos vamos tentar cessar essa violência e trazer tranquilidade aos territórios indígenas e preservar nossas lideranças”, disse a ministra.
A comitiva, que passou por Porto Seguro, Eunápolis e pelos territórios indígenas de Barra Velha e Cumuruxatibá, contou com a presença da presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana; da secretária de Gestão Ambiental e Territorial Indígena, Ceiça Pitaguary; e do diretor de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas, Marcos Kaingang. Participaram, também, representantes do governo da Bahia e Defensoria Pública do Estado da Bahia.
Em Porto Seguro, a ministra participou de um ato no Marco de Resistência do Povo Pataxó.
Gabinete de crise
Durante a visita, a ministra explicou sobre os encaminhamentos do gabinete de crise do povo Pataxó, instituído em janeiro e prorrogado até maio, liderado pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI), para acompanhar a questão da violência na região, após a morte de dois indígenas da etnia Pataxó no fim de janeiro, na região de Itabela.
Conquistas
A ministra também transmitiu a mensagem de que, apesar das dificuldades ainda enfrentadas, os povos indígenas têm angariado conquistas, que são resultado direto da luta em busca de maior autonomia e participação nos espaços de tomada de decisão.
“Foram 523 anos para ter uma presidenta indígena na Funai, 523 anos para ter o primeiro Ministério dos Povos Indígenas. Demorou muito tempo, mas mesmo assim, com a gente ocupando vários espaços, ainda somos muito subjugados por parceiros nossos, por gente que se diz aliado, que está junto, mas que não acredita na nossa capacidade”, concluiu a ministra.
Fonte e foto: Ascom/MPI