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Entenda como criminosos conseguiram fraudar sistema da Justiça e libertar comparsas da prisão

De acordo com as investigações, a organização criminosa formada por hackers e estelionatários usava credenciais vinculadas a magistrados para inserir informações falsas.

Uma quadrilha de hackers e estelionatários em Minas Gerais entrou no sistema da Justiça para libertar comparsas da prisão.

Ricardo Lopes de Araújo, Wanderson Henrique Lucena Salomão, Nikolas Henrique de Paiva Silva e Junio Cezar Souza Silva deixaram o Ceresp Gameleira, na região Oeste de Belo Horizonte, no último sábado.

No dia 10 de dezembro, eles e outras cinco pessoas foram presos em uma operação contra uma organização que tentava acessar, de forma irregular, o sistema de dados do Conselho Nacional de Justiça.

O Tribunal de Justiça de Minas e a Corregedoria-Geral de Justiça começaram a investigar o grupo há quatro meses.

De acordo com as investigações, a organização criminosa formada por hackers e estelionatários usava credenciais vinculadas a magistrados para inserir informações falsas e entrar no sistema do Conselho Nacional de Justiça.

O grupo tentava liberar veículos apreendidos e valores bloqueados pela Justiça e ainda alterar dados de mandados de prisão e alvarás de solturas. E foi justamente dessa forma que, segundo a Justiça de Minas, os quatro foram soltos. Os alvarás foram expedidos no Banco Nacional de Mandados de Prisão – de responsabilidade do Conselho Nacional de Justiça.

Segundo o CNJ, para isso os presos utilizaram credenciais legítimas de acesso obtidas de forma ilícita e inseriram as informações no banco de dados do Conselho.

A pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Roberta Fernandes reforça que o processo de soltura de um preso envolve várias instituições

“Envolve o TJ, sistema prisional, dados da Polícia Civil. Então, o juiz ou desembargador responsável pela aquele processo, ele vai expedir o alvará de soltura, vai remeter em via de regra eletronicamente para o sistema prisional. Eles têm acesso aos dados da Polícia Civil também há dados nacionais do Infoseg. Dificilmente consegue se quebrar esse fluxo, né de barreiras institucionais que garantem que o cumprimento do alvará seja seguro”.

A Secretária de Segurança Pública de Minas Gerais e o Tribunal de Justiça declaram apuraram o caso. O Judiciário já expediu novos mandados contra os quatros suspeitos. Um dos presos que tinha deixado o presídio pela porta da frente, Junio Cezar Souza Silva foi recapturado.

O Conselho Nacional de Justiça declarou que não houve invasão ou violação estrutural aos sistemas judiciais. E que as ordens fraudulentas foram identificadas em menos de 24 horas, devidamente canceladas, com restauração dos mandados prisionais – além do imediato acionamento dos órgãos de segurança para a recaptura dos foragidos, com determinação expressa para a rigorosa apuração dos fatos. O CNJ afirmou também que não há, até o momento, qualquer indício de falha sistêmica ou do envolvimento funcional de servidores.

 

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