A partir deste ano de 2017 ficou consagrado que o 30 de agosto será a data comemorativa do Dia Nacional do Perdão. Esta lei foi sancionada pelo Sr. Presidente da República, no dia 19 de agosto, e publicada no dia 20 de agosto. Foi proposta pela Deputada Keiko Ota de São Paulo, autora do PLC 31/2015, que na justificativa deste diploma queria lembrar a memória de seu filho Ives Ota, de oito
anos, sequestrado e assassinado por reconhecer a um dos seus captores. Ela e seu marido, Masataka Ota, perdoaram os assassinos fundando, em 1997, ano da morte do filho, o movimento Paz e Justiça Ives Ota. Esta iniciativa retoma o papel das vítimas no processo de reconciliação e justiça restaurativa, gerando a possibilidade de uma conversão, e um novo olhar para o criminoso.
A paz é obra do perdão, da generosidade heroica em repactuar a convivência, a partir do arrependimento, e da esperança no ser humano. Pensar que só nos resta o caminho punitivo e do tratamento intimidatório e cruel para os delinquentes e fortalecer o círculo de ferro da violência e da retaliação vingativa. Segundo o Papa Francisco, o perdão é o primeiro pilar que sustenta a comunidade cristã e humana.
O segundo é doar-se sem medida, ou com a lógica da ternura e da misericórdia, curando e restaurando os corações barbarizados pelo ódio destrutivo. A primeira decisão mais sábia, quando sofremos uma agressão violenta e uma perda irreparável, é não nos deixarmos envenenar e intoxicar pelo ressentimento e amargura que ressecam e matam o nosso coração.
Dar passos de empatia, compreensão e de superação das emoções feridas, rumo a um perdão reabilitador e clemente, nos empodera transformando-nos em embaixadores da reconciliação e operadores da paz de Deus e do seu reinado nas consciências. Se queres paz, prepara-te para a paz, a melhor forma de vencer um inimigo é torná-lo amigo, abençoando-o e derramando sobre ele a proteção e a luz do Bom Deus.