22 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Fusca. A data foi criada em 1995 pelo brasileiro Alexander Gromow para comemorar o modelo que foi eleito o Carro do Século. A data não foi escolhida por acaso: neste mesmo dia, no ano de 1934, foi assinado o contrato entre a Associação Nacional da Indústria Automobilística Alemã e Ferdinand Porsche.
No contrato, foi estipulado que o Dr. Porshe deveria, em 10 meses, desenvolver o Volkswagen (ou carro do povo, em tradução livre do alemão). E assim começou a história do carro que, para nós brasileiros, se eternizou como Fusca. Para conhecer um pouco mais da história do modelo, separamos algumas curiosidades históricas dele.
Qual o nome oficial? O nome oficial do modelo é Volkswagen Sedan, embora ele tenha recebido diversos apelidos ao redor do mundo. No Brasil, virou Fusca. Na Alemanha, terra natal do modelo, Käfer. Em vários país de língua espanhola, ele virou Escarabajo. Na Itália , Maggiolino, enquanto nos EUA virou Beetle. Em Cuba, o Fusca virou Huevito. Esses são alguns exemplo, já que a lista é grande.
Quando virou Fusca? Só em 1984! A palavra Fusca surgiu de maneira informal: a versão mais aceita é a de ela é uma corruptela de Volks. O fabricante só passou a adotá-lo de maneira oficial, com direto até a emblema na tampa traseira, em 1984. Quando a última geração do modelo foi vendido no Brasil, montado com a mesma mecânica do Golf GTI, ele foi comercializado com o apelido Fusca. Antes, também importado, ele veio como New Beetle.
A plataforma do Fusca serviu como base a dezenas de modelos: alguns fora-de-série, outros produzidos pela própria Volkswagen. O “derivado” mais famoso do Fusca é a Kombi: no fim dos anos 1940, o holandês Ben Pon que pensou em um furgão construído sobre a plataforma do “Besouro”. O nome Kombi é uma abreviação, adotada no Brasil, para o termo em alemão Kombinationsfahrzeug, que em português significa “veículo combinado” ou “combinação do espaço para carga e passeio”.
Números do Denatran tratados pela PUP Consultoria informam que o Brasil tinha, em janeiro de 2022, 1.939.351Fuscas, de todos os anos de fabricação, pelas ruas e garagens do país. Em um universo de quase 60 milhões de veículos em circulação, de acordo com a Secretaria Nacional de Trânsito do Ministério da Infraestrutura, não deixa de ser um número relevante.
Uma prova evidente que, mesmo depois de tanto tempo da descontinuidade da fabricação, o carro continua sendo um dos mais amados no Brasil e também ao redor do mundo. Tanto que hoje, 22 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Fusca. Você sabe por que?
Em 22 de junho de 1934, o projetista Ferdinand Porsche, fundador da marca de automóveis que leva seu sobrenome, assinou com o governo alemão o contrato para o desenvolvimento e fabricação do sedan que, no Brasil, ganhou o nome Fusca. Adolf Hitler havia acabado de assumir o poder e queria a produção de um carro barato e popular, mas que também fosse econômico e sobretudo robusto. Conta a história que o carro era parte da estratégia do fuhrer para desenvolver a indústria do país.
Apesar do ‘patrocínio’ da Alemanha nazista na criação do sedan, o Fusca se tornou um dos veículos mais queridos em todo o mundo. Para muitos, é sinônimo de nostalgia, e um passeio em um modelo ou a simples visualização de um pelas ruas da cidade reacendem memórias afetivas. Quem tem mais de 40 anos tem pelo menos uma história vivida dentro de um; dos tradicionais e inseguros passeios de joelhos no banco de trás do carro, olhando a paisagem pela janela traseira, a problemas que acometiam o carro, as gerações nascidas da década de 1970 para trás contam boas passagens da vida a bordo de um Fusca.
O Fusca do Ipiranga
O carro começou a ser fabricado na Europa em 1938, mas as primeiras unidades só chegaram ao Brasil em 1950, trazidos pela Brasmotor. A empresa deu início, no ano seguinte, à montagem do carro com peças importadas da Alemanha. Cerca de 1.200 unidades foram fabricadas até 1953. A Volkswagem assumiu a direção da produção da versão nacional do Besouro em março de 1953, em um galpão alugado no bairro do Ipiranga, zona sul de São Paulo. O nome inicial do veículo era Sedan 1.200. Só em 1959 que a produção do Fusca passou para a fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo.
Durante 24 anos, foi o carro mais vendido do país, posto que foi ocupado mais adiante pelo Gol, também da Volkswagen. E diferentemente de Volkswagen, nome de batismo do carro, o “Fusca” que vingou no Brasil foi atribuído ao modo como os alemães pronunciam a sigla VW.
O Fusca Clube do Brasil foi criado em 1985 (inicialmente como Sedan Clube do Brasil) em São Paulo durante a segunda edição do Salão do Automóvel Antigo. Um passeio até o Pico do Jaraguá, na saída da capital paulista para o interior do estado, inaugurou as atividades do clube. Hoje, existem mais de 70 clubes de amantes do ‘besouro’ espalhados por todo o país, segundo a Fundação Brasileira de Veículos Automotores. O Dia Nacional do Fusca é comemorado em 20 de janeiro.
Recorde
O Fusca é o recordista mundial em tempo de produção. Se os primeiros começam a ser fabricados na década de 30, sua produção só foi encerrada definitivamente em 2003. O modelo derradeiro foi produzido no México. O segundo lugar é da Kombi, também Volkswagem, que foi fabricada de 1949 (produção também iniciada na Alemanha) a 2013.
O Fusca já foi tema de filme da Disney, com a série clássica de seis longas metragens “Se Meu Fusca Falasse” (“The Love Bug”, em inglês; o primeiro é de 1968), e no Brasil virou tema do sucesso do cantor Almir Rogério. “Fuscão Preto” foi gravada também em espanhol e inglês, e serviu de inspiração para um filme com Xuxa entre as estrelas do elenco.
O anel brucutu
Nos anos 1960, a peça que esguichava água no para-brisa do Fusca era alvo de furtos para ser transformada em anel. Tudo porque Roberto Carlos e outros cantores da Jovem Guarda utilizavam um anel chamado Brucutu, feito com a peça do carro. À época, a polícia chegou a parar os jovens que eram vistos nas ruas com o anel do dedo ou com a peça pendurada em um colar.
Já que o tema é esse, dependendo do modelo, o Fusca precisa de 5 mil a 7 mil peças para ser montado. E se você quiser remover o motor dele, basta soltar as quatro porcas que o prendem ao câmbio, já que ele não tem suporte próprio.
O Fusca do Itamar
Em 1993, o então presidente da República, Itamar Franco, decidiu retomar a produção do Fusca, e concedeu incentivos fiscais. Mas as vendas não decolaram e a Volkswagem encerreou novamente a fabricação do veículo três anos depois.
O Fusca é um dos poucos modelos da história que nunca passou por um recall e, no Brasil, é o carro fora de linha mais emplacado. Em Portugal, o carro é chamado de Carocha; nos Estados Unidos, de Beetle; em Cabo Verde, de Baratinha e em Honduras e na Guatemala, de Cucarachita.
Então, se você é um felizardo proprietário de um Fusca, aproveite esse dia para um passeio. Ele merece a homenagem.
Evento em Curitiba
Para celebrar a data, uma exposição em Curitiba vai reunir 1, 5 mil modelos clássicos do Fusca. O evento acontecerá no domingo (26), das 7 às 17 horas, na Unicuritiba (Rodovia BR-116, Km 106, 18.805), no bairro Pinheirinho. A entrada é gratuita para o público e os ingressos para expositores estão à venda a partir de R$ 55. Haverá o sorteio de um Fusca placa preta para os inscritos com os aircooleds. O público poderá curtir também shows, praça de alimentação, barraquinhas com comidas típicas de festa junina e espaço pet. Mais informações no site do evento.