O Dia do Nordestino é comemorado anualmente em 8 de outubro, no Brasil.

Esta data homenageia a cultura nordestina e a diversidade folclórica típica da região Nordeste do Brasil. O povo nordestino é um grande tesouro da cultura nacional, um dos maiores traços da identidade do Brasil.

O Nordeste brasileiro é conhecido pelas belíssimas paisagens naturais, culinária, artesanatos, musicalidade e danças que atraem turistas do mundo todo.

Os 9 estados que compõem o Nordeste são: Maranhão, Alagoas, Bahia, Ceará, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Origem do Dia do Nordestino

A criação desta data é uma homenagem ao centenário do poeta popular, compositor e cantor cearense Antônio Gonçalves da Silva, conhecido como Patativa do Assaré (1909 – 2002).

O Dia do Nordestino foi oficializado com a lei nº 14.952, de 13 de julho de 2009, na cidade de São Paulo, região com a maior concentração de nordestino em todo o país (com exceção do próprio Nordeste, obviamente).

Personalidades Nordestinas

Ariano Suassuna (1927-2014), escritor, poeta, dramaturgo e professor, nasceu no estado da Paraíba. Sua obra-prima “O Auto da Compadecida” foi transformada em um filme de grande sucesso.

Luiz Gonzaga (1912-1989), cantor e compositor, nasceu no estado de Pernambuco. O “Rei do Baião”, como era conhecido, é um dos maiores nomes da música popular e nordestina.

Marechal Deodoro na Fonseca (1827-1892), proclamador da República e primeiro presidente do Brasil, nasceu no estado de Alagoas.

Maria da Penha Maia Fernandes (1945), ativista brasileira, nasceu no estado do Ceará. A Lei Nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, é conhecida como Lei Maria da Penha em nome das vítimas de violência doméstica.

Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes (1914-1992) nasceu no estado da Bahia e recebeu o título de Santa Dulce dos Pobres, sendo a primeira santa brasileira com milagres reconhecidos canonizada pelo Vaticano.

Paulo Freire (1921-1997), educador e escritor, nasceu no estado de Pernambuco. Através da Lei 12.612, de 13 de abril de 2012, foi declarado patrono da Educação brasileira.

A população nordestina se originou da miscigenação de povos indígenas, colonizadores europeus (principalmente portugueses) e africanos escravizados, com os portugueses chegando e iniciando o processo de ocupação por volta de 1500. A cultura e o povoamento da região foram moldados pela presença desses três grupos, incluindo a imposição do trabalho forçado e o estabelecimento de uma economia baseada na cana-de-açúcar e, posteriormente, na pecuária.

Os Três Pilares da Formação:

Povos Indígenas: 

Os primeiros habitantes da região, que já viviam no território antes da chegada dos europeus e foram também os primeiros a serem escravizados.

Colonizadores Europeus: 

Os portugueses foram os primeiros europeus a invadir a região, impondo seus costumes e estabelecendo a economia açucareira, o que levou ao início do povoamento e da organização do território.

Povos Africanos: 

A chegada de navios com africanos escravizados, a partir de 1535, iniciou um processo de miscigenação e interação cultural que é central para a formação da identidade nordestina.

Impactos da Colonização:

Economia Açucareira: 

A produção de cana-de-açúcar foi a base econômica que impulsionou o povoamento e a estruturação da região, especialmente no litoral.

Pecuária e Ocupação do Interior: 

A partir do século XVII, a pecuária se expandiu para o interior, como atividade complementar, favorecendo a criação de povoamentos e a ocupação do sertão.

Mosaico Cultural: 

A interação e a mistura desses três povos resultaram em um “caldeirão cultural”, que se expressa nas festas, danças, culinária e na forte ancestralidade africana da região.

O primeiro Rio Grande foi o do Nordeste, batizado no século 16 em homenagem ao comprido Rio Potengi, com 176 km de extensão.20 de out. de 2017.

O nordestino é descendente de judeus?

Sim, há um número expressivo de brasileiros, especialmente no Nordeste, que têm ascendência judaica, resultado da migração de judeus sefarditas e cristãos-novos para o Brasil durante os séculos de perseguição e da Inquisição. Essa influência é observada na cultura, em tradições e até mesmo na genética da população da região, com um crescente movimento de pessoas redescobrindo e retornando ao judaísmo.

Quem eram os Judeus no Brasil? 

Cristãos-Novos: 

Eram judeus forçados a se converter ao catolicismo em Portugal e na Espanha para fugir da Inquisição, mas que mantiveram secretamente suas práticas religiosas e culturais.

Origem Sefardita: 

Muitos desses cristãos-novos eram de origem sefardita, com raízes na Península Ibérica.

Como a Influência se Manifesta?

Tradições e Costumes: 

Existem práticas culturais no Nordeste que têm origem judaica, como a proibição do consumo de carne de porco, a forma de varrer as casas, e a colocação de pedras sobre animais mortos.

Culinária:

A culinária nordestina também foi influenciada pelas tradições judaicas sefarditas.

Genealogia e DNA: 

Testes genéticos têm revelado uma alta porcentagem de ancestralidade judaica no DNA dos brasileiros, validando a influência histórica da comunidade judaica.

Movimento de Retorno: 

As pessoas estão redescobrindo suas raízes judaicas, levando a um aumento de conversões e ao surgimento de novas sinagogas no Nordeste, um fenômeno conhecido como retorno ao judaísmo.

Evidências e Reconhecimento:

Pesquisas Acadêmicas: 

Historiadores como Anita Novinsky e Gilberto Freyre abordaram essa herança judaica no Brasil.

Passaportes Portugueses: 

Muitos descendentes conseguiram passaportes portugueses por meio de provas de sua ancestralidade cristã-nova, indicando um reconhecimento formal dessa linhagem.

Linguagem e Cultura: 

O termo “marranos” foi apropriado por esses descendentes como um símbolo de sua herança, embora originalmente fosse pejorativo.