O Povo News

"Cavalo de pau" e envolvimento de policiais na morte de homem no centro de Porto Seguro

A Polícia Civil informou, na tarde desta segunda-feira (23), que quatro policiais militares e um policial civil, que estavam de folga, tiveram participação na morte de Dene Carton Gomes Santos, de 24 anos, ocorrida no início da manhã do último sábado (21) próximo à Praça São Sebastião, no centro de Porto Seguro.

Segundo a polícia, não se tratou de um homicídio, mas um auto de resistência – enfrentamento direto entre suspeitos
e policiais.  De acordo com o delegado Marcello Motta, os cinco policiais estavam na companhia de outras pessoas na orla
norte, próximo à cabana Axé Moi, quando um veículo Prisma de cor prata, com três indivíduos a bordo, chegou ao local dando um “cavalo de pau”.

Os policiais abordaram os infratores e estes foram ríspidos e anunciaram que eram da facção do Campinho. Conforme o delegado, esses indivíduos foram embora e, alguns minutos depois, dois deles, que seriam Dene e um amigo, retornaram “atirando em direção aos
policiais, que revidaram a agressão”.

O delegado afirmou que os marginais fugiram de carro, mas foram perseguidos pelos policiais. Quando passava pelo Centro, o motorista do Prisma perdeu o controle da direção e colidiu em outro veículo que estava estacionado. A perseguição continuou
a pé, com troca de tiros, até que, certo tempo depois, os policiais encontraram Dene caído no chão, segundo a versão. O outro rapaz que
estava com ele ficou ferido e foi atendido no Hospital Luís Eduardo Magalhães.

“depois chegaram informações que comprovam que, na verdade, trata-se de um auto de resistência”, disse
Marcelo Motta, acrescentando que foi instaurado um inquérito e o caso foi comunicado à Corregedoria da Polícia.
Para justificar o fato da perseguição seguida de morte ter sido feita por policiais que não estavam em serviço, o delegado disse que “policial é policial 24 horas”. “Apesar de os policiais estarem de folga, segundo corrente doutrinária, eles continuam tendo o
dever de agir e de prender em flagrante, conforme artigo 301 do CPP, que não menciona que os policiais
devem estar de serviço”, argumentou.
Marcelo Motta informou que Dene, cujo apelido seria “Mata Rindo”, é conhecido da polícia por ser traficante
de drogas.

Versão anterior:
Uma versão anterior prestada por testemunhas dá conta de que a vítima prestou socorro a um amigo que foi
baleado no pé após se envolver em uma confusão durante uma festa na orla norte. Logo após, foi perseguido por outro veículo. Nas
imediações da Rua São Sebastião e acabou batendo o veículo. Ele desceu e saiu correndo, mas foi atingido por nove tiros vindo a morrer em uma rua próxima.

O Prisma tinha manchas de sangue. No local, ainda ficaram algumas
cápsulas de munição de pistola calibre 9mm e .40. Testemunhas disseram que os envolvidos na morte do jovem
recolheram parte das cápsulas das balas, possivelmente na tentativa de dificultar a perícia e a identificação dos autores.
Todo o trajeto entre o local onde começou a confusão e onde ocorreu a morte do jovem tem inúmeras câmeras de videomonitoramento que podem ajudar a elucidar o caso, diante das versões contraditórias da polícia e das testemunhas.

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