A polícia do Rio concluiu o inquérito sobre a morte do menino Henry, que nesta segunda-feira (3) completaria cinco anos. A mãe, Monique Medeiros, e o padrasto, o vereador Jairinho, foram indiciados por homicídio duplamente qualificado e também por tortura.
Uma foto mostra a festa de Henry no ano passado. Nesta segunda, no dia em que faria 5 anos, a polícia encerrou a investigação sobre a morte desse menino que espalhava sorrisos em cada imagem.
O inquérito foi concluído quase dois meses depois da madrugada do dia 8 de março. Segundo a polícia, o menino já chegou morto ao hospital para onde foi levado pela mãe, Monique Medeiros, e pelo padrasto, o vereador Doutor Jairinho.
A polícia ouviu mais de 20 depoimentos e fez três perícias no apartamento. A reprodução simulada descartou a hipótese de um acidente, cogitada pela mãe do menino em depoimento.
A necropsia apontou 23 pontos de lesão no corpo da criança e indicou que a morte de Henry foi provocada por hemorragia causada por uma ação contundente no fígado.
A polícia indiciou Jairinho e Monique por homicídio duplamente qualificado e tortura. Jairinho também foi indiciado por outra tortura, sofrida por Henry no dia 12 de fevereiro. Nesse dia, as agressões foram relatadas pela babá Thayná Oliveira e pela própria criança numa conversa pelo telefone com Monique. A mãe de Henry naquele dia estava num salão de beleza e, segundo o relato de uma cabeleireira, Monique ligou para Jairinho cobrando explicações sobre o ocorrido.
A investigação apontou que Jairinho e Monique mentiram em depoimento à polícia. Na delegacia, eles negaram a existência de brigas e agressões, e Monique garantiu que a relação entre o filho e padrasto era boa.
Somente após a prisão, Monique rompeu com Jairinho e relatou em cartas uma rotina de brigas e agressões. Ainda assim, a mãe insiste em dizer que nunca viu Jairinho batendo no filho.
Os relatos de duas ex-namoradas de Jairinho também são considerados fundamentais para a conclusão do inquérito. À polícia, as mulheres revelaram que elas e seus filhos também foram vítimas de agressões do vereador.
Nesta segunda, a Justiça aceitou a denúncia da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente e tornou Jairinho réu por tortura majorada da filha de uma dessas ex-amantes. Segundo a polícia, a menina, hoje com 13 anos, tinha 4 quando foi agredida e torturada por Jairinho.
Monique manteve a relação com Jairinho apesar de todos os sinais de que o filho era agredido pelo vereador. Para a polícia, ela contribuiu para a morte do filho ao não afastar a criança da convivência com o padrasto.
Nos últimos dias, Monique escreveu uma carta ao delegado responsável pelo caso fazendo um apelo para ser ouvida novamente. Na carta, ela afirma que mentiu porque foi manipulada pelo vereador e pelo antigo advogado, mas o delegado considerou que um novo depoimento não mudaria o rumo das investigações.
Ao encerrar o caso, a polícia pediu que a prisão temporária de Jairinho e Monique seja convertida em prisão preventiva.
A defesa do vereador Jairinho criticou a velocidade das investigações e afirmou que os fatos são diferentes do que a polícia e Ministério Público querem mostrar. Os advogados de Monique Medeiros disseram que só vão se manifestar nesta terça (4).
Fonte: Jornal Nacional