O governo brasileiro está se preparando para uma possível retaliação comercial contra as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre o aço e o alumínio, mas, por ora, aposta na via diplomática. A medida, anunciada por Donald Trump, reacendeu tensões comerciais e mobilizou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a buscar alternativas que protejam a indústria nacional.
Segundo fontes do Planalto, a estratégia do Brasil será atuar em duas frentes: sinalizar capacidade de retaliação e, ao mesmo tempo, intensificar negociações bilaterais. O objetivo é reverter ou ao menos mitigar os efeitos do tarifaço sobre as exportações brasileiras.
O setor metalúrgico é uma das prioridades do governo, especialmente por movimentar US$ 3,5 bilhões em 2024 somente em produtos semiacabados de ferro ou aço exportados para os EUA. O Brasil reforça seu argumento de que exporta material semiacabado e ainda importa carvão metalúrgico dos americanos, demonstrando parceria econômica relevante.
Enquanto o presidente Lula adota um discurso firme, exigindo “reciprocidade” e lembrando que o Brasil “não bate continência para nenhuma outra bandeira”, o vice-presidente Geraldo Alckmin prega moderação. Para ele, a nova legislação de retaliação é necessária, mas não deve ser usada neste momento.
A avaliação do governo é que a pressão diplomática já surtiu algum efeito: o Brasil recebeu a menor tarifa entre os países afetados. Agora, a aposta é que o diálogo continue produzindo resultados.