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Africano suspeito de ter ebola fez pedido de carteira de trabalho no PR

 

Informações G1

 

O africano Souleymane Bah, de 47 anos – primeiro paciente suspeito de ebola no Brasil – pretendia trabalhar no país. Segundo o agente administrativo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em Cascavel, no oeste do estado, Joaquim Ribeiro, o estrangeiro solicitou a emissão da carteira de trabalho no dia 24 de setembro, um dia depois de ter pedido refúgio ao governo brasileiro. O documento foi entregue entre os dias 1º e 6 de outubro. Internado em Cascavel na quinta (09) , ele foi transferido parea o Rio de Janeiro no início da manhã desta sexta-feira (10).

Ribeiro disse ainda que o africano apresentou o protocolo do pedido de refúgio, CPF e um comprovante de endereço em Barracão, no sudoeste do Paraná. A cidade é vizinha a Dionísio Cerqueira  (SC), onde o estrangeiro fez o pedido de refúgio na delegacia da Polícia Federal (PF). “Ele disse que queria trabalhar no país e aparentemente não parecia estar doente, não percebi nenhum sintoma suspeito”, observou o agente do Ministério do Trabalho ao garantir estar tranquilo quanto a uma possível contaminação pelo vírus. “Nada foi confirmado ainda.”

O africano entrou no Brasil pelo Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, depois de fazer escala em Marrocos. O registro no Sistema de Controle de Tráfego Internacional foi feito às 20h38.

De acordo com o documento emitido pela PF, Souleymane não pode ser deportado em virtude de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opinião política. Conforme a Lei 9.474/1997, o documento assegura ao africano os mesmos direitos que qualquer estrangeiro em situação regular no Brasil e deve ser tratado sem discriminação de qualquer natureza.

O paciente chegou ao Rio de Janeiro na manhã desta sexta-feira (10) em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e ficará internado no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que é referência em doenças infecciosas. Ele estava internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) II, no bairro Brasília, em Cascavel, no oeste do Paraná.

Conforme o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná , a UPA Brasília recebeu o paciente classificado como suspeito de infecção por ebola na quinta-feira (9). O homem, que chegou ao Brasil no dia 19 de setembro vindo da Guiné, com escala em Marrocos, relatou na UPA que na quarta (8) e na manhã desta quinta teve febre.

 Até o início da noite de quinta, o africano estava subfebril e não tinha hemorragia, vômitos ou outros sintomas e permanecia em bom estado geral. Apesar disso, ele será mantido em isolamento total até que o diagnóstico seja confirmado. “A doença pelo vírus ebola no começo tem uma manifestação clínica muito inespecífica, ela pode ser qualquer coisa, pode ser uma gripe e não dá para correr o risco”, explicou o infectologista.

O ministério da Saúde destacou que, por estar no 21º dia, limite máximo para o período de incubação da doença, o caso foi considerado suspeito, de acordo com os protocolos internacionais para o ebola. A Guiné é um dos três países que concentram o surto da doença na África.

O ebola é transmitido por meio do contato com o sangue, tecidos ou fluidos corporais de doentes, ou pelo contato com superfícies e objetos contaminados, somente quando surgem os sintomas.

Nesta sexta, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, que coordena a ação nacional, e o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, falarão sobre o caso no Ministério da Saúde.

Leia a nota do Ministério da Saúde sobre o caso:
O Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná informam que a Unidade de Pronto Atendimento Brasília, em Cascavel (PR), recebeu nesta quinta-feira (9), no período da tarde, um paciente classificado como suspeito de infecção por ebola. Trata-se de um homem, de 47 anos, vindo da Guiné (escala em Marrocos), país de origem, que chegou ao Brasil, no dia 19 de setembro.  Ele relatou que ontem (8) e nesta manhã (9) teve febre. Até o início da noite, estava subfebril e não apresentava hemorragia, vômitos ou quaisquer outros sintomas. Está em bom estado geral e, mantido em isolamento total.

Por estar no vigésimo primeiro dia, limite máximo para o período de incubação da doença, foi considerado caso suspeito, seguindo os protocolos internacionais para a enfermidade. Guiné é um dos três países que concentram o surto da doença na África. O ebola só é transmitido através do contato com o sangue, tecidos ou fluidos corporais de indivíduos doentes, ou pelo contato com superfícies e objetos contaminados. O vírus somente é transmitido quando surgem os sintomas.

Imediatamente após a identificação da suspeita, o paciente foi isolado na unidade e, adotadas medidas previstas no protocolo nacional, como a comunicação à secretaria estadual de saúde e Ministério da Saúde. O caso está sendo acompanhado pelas equipes de vigilância em saúde do Ministério da Saúde e do Paraná. Assim que comunicado, o Ministério da Saúde enviou imediatamente equipe para Cascavel, por meio da FAB (Força Aérea Brasileira), onde coordenarão in loco as medidas de atendimento e a identificação de possíveis contatos para orientação e controle.

O paciente será transferido, conforme protocolo de segurança, para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro (RJ), referência nacional para casos de ebola. A transferência será feita por meio de aeronave da Polícia Rodoviária Federal. Nesta sexta-feira (10), o ministro da Saúde, Arthur Chioro, que coordena a ação nacional, e o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, concederão entrevista coletiva sobre o caso, às 10h, no Ministério da Saúde.

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