No dia 30 de outubro é comemorado o Dia Nacional do Ginecologista e Obstetra. Esses profissionais, essenciais para a saúde feminina, exercem importantes funções em nossa sociedade, estando presentes em nossas vidas desde o momento do nascimento.

O ginecologista é o médico especializado no tratamento da saúde da mulher em todas as suas fases, desde a infância até a terceira idade. O ginecologista sempre está atento às mudanças e cuidados com o sistema reprodutor feminino, bem como de todo o corpo, zelando pela saúde da mulher por completo.

Conversamos com o Dr. Cláudio Basbaum, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim para sanar algumas dúvidas sobre a importância dessa área da medicina.

Qual é a importância das consultas ginecológicas para as grávidas?

A consulta ginecológica é importante, essencialmente, para escutar uma paciente que está vivendo a gestação, um momento que leva a grandes alterações nas suas emoções, para realizar um acolhimento com sensibilidade. O profissional precisa ter uma percepção sem julgamentos para que seja possível facilitar que a mulher fale da intimidade do momento que está vivendo. Trata-se de um momento de profundas alterações físicas, sociais, emocionais, profissionais etc.

Além disso, explicar o benefício da consulta pré-natal é extremamente importante, pois traz todas as informações e integra a família e a figura paterna para que se envolvam nesse momento tão importante para o elo familiar. Os pré-natais são momentos essencialmente educativos, de vínculo e cumplicidade da paciente com a equipe médica.

A assistência pré-natal é a primeira etapa para que se possa criar um clima favorável e propício para que se tenha um parto normal e um nascimento humanizado. É preciso haver um profundo respeito na promoção do bem-estar físico e emocional ao longo de toda a gestação, parto, puerpério e do próprio aleitamento.

O ginecologista é o clínico geral da mulher, que acompanha as patologias e as doenças do trato genital. Ele identifica e trata as patologias, doenças e problemas. O obstetra é aquele que acompanha a gravidez. Nem todo ginecologista é obstetra. A obstetrícia é a assistência pré-natal e ao parto.

Existem médicos que só realizam essencialmente obstetrícia e fazem o cotidiano básico de ginecologia. Quando adentra outras áreas superespecializadas, como reprodução humana, mastologia, endocrinologia da reprodução e tantas outras patologias, aí é o ginecologista.

Em resumo, toda gestação provoca grandes mudanças físicas, psíquicas, sociais e assim por diante. É uma verdadeira metamorfose. Há uma profunda transformação da mulher, tanto que existe essa frase: “nasce um bebê, nasce uma mãe”. Nasce uma pessoa durante esse período todo.  Esse acompanhamento da saúde da mamãe e do bebê tem que ter um desenvolvimento sadio em todos os aspectos e para isso ela tem que se sentir apoiada.

Durante o pré-natal, ela tem que acompanhar todos os cuidados de higiene, pessoais, o que fazer com sua dieta, qual a sua sexualidade, qual o impacto sobre o trabalho e a gestação vão fazer, levantar a questão da importância do elo pai e filho e isso se faz durante a gestação.

Qual a periodicidade que elas precisam se consultar?

Na minha visão, a periodicidade deveria começar antes da gravidez, desde que haja tempo. Se ela está planejando uma gravidez, temos que ver qual é o estado físico e o preparo emocional. De fato, é um sonho realizado, mas é necessário entender que é uma profunda mudança na estrutura pessoal e familiar.

O ideal é que comece antes da gravidez. Nessa ocasião, nós vemos o histórico e as condições clínicas que a gestante possui, levantamos o histórico dos próprios familiares, ou seja, antecedentes de doenças que podem se repetir, por exemplo, hipertensão, diabetes, alterações de coagulação e cardiopatias.

Tudo isso dá um perfil para que a gente possa sentir o acompanhamento dessas pacientes. Eu digo sempre que gravidez não é só uma barriga que cresce, é preciso analisar o ser humano, a mulher como um todo.

Essa periodicidade do pré-natal é protocolo e orientação do próprio Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde. Em média, eu recomendaria a consulta prévia logo que receber o exame positivo.

O controle deve ser a cada quatro semanas, ou seja, uma vez por mês. Isso é o ideal. A partir da 36ª semana, o protocolo é de uma visita a cada 10 ou 15 dias, dependendo do caso. Nessas consultas, analisamos inchaços das pernas, pressão, movimentos fetais e batimentos cardíacos do bebê.

Intercorrências exigirão consultas de urgência.  

Como elas devem se preparar para a consulta?

Elas devem, de preferência, levar os exames anteriores se for a primeira, além de anotar dúvidas, fazer listas de todas as consultas para perguntas e sintomas que sentiram.

Além disso, temos que resgatar históricos de operações e cirurgias que a gestante passou, se houve abortamentos anteriores na família etc. É preciso também separar a carteira de vacinação para que nós possamos checar o esquema vacinal, orientar quantas novas vacinas precisarão ser tomadas.

Como a mulher escolhe um ginecologista?

A recomendação deve se basear no histórico do profissional, experiência e competência, na forma como ele acolhe, a sensibilidade do médico, visão que tem sobre obstetrícia, indicação de outras mulheres que foram atendidas por ele, divulgação do seu trabalho. Precisa ter confiança na relação do profissional com a grávida.

Por que a consulta periódica é importante?

Porque nós acompanharemos o tempo inteiro a saúde da mãe e do bebê e assim vamos prevenir e evitar emergências, acidentes e problemas de saúde.

Durante esse período da consulta periódica, há a intensificação do vínculo da paciente com o seu obstetra.

Além disso, a equipe deve conhecer a paciente. É muito importante também que a grávida conheça a Maternidade.