O Povo News

A Crise da Direita: De Trump a Bolsonaro, Como a Péssima Influência de Silas Malafaia e a Intolerância Fragilizam a Oposição a Lula

​O enfraquecimento da direita no Brasil não é um acidente, é uma consequência previsível. A razão é simples: a direita se alia a discursos obsoletos e intolerantes, tornando-se refém de vozes como a de Silas Malafaia. Essa péssima influência religiosa e o negacionismo científico fragilizam todo o movimento, atingindo a oposição a Lula e, ironicamente, perdendo o apoio de um ícone global.

​O ápice do desgaste político e o ponto de virada na crise da direita foram os áudios e conversas vazadas entre Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Silas Malafaia no âmbito das investigações da Polícia Federal.

​Essas conversas expuseram, para o mundo, a péssima influência e a pressão exercida por Malafaia, que criticava veementemente Eduardo em conversas com o pai, revelando a instabilidade, o racha interno e o amadorismo estratégico da cúpula.

​Mais grave, o vazamento mostrou a articulação internacional (por meio de terceiros) para usar a influência de Donald Trump (em pautas como o tarifaço) para pressionar o Judiciário brasileiro. O fato de Trump ter tido acesso e conhecimento desse vazamento foi um fator de desgaste colossal, tornando a família Bolsonaro vulnerável e desmoralizada no cenário internacional, especialmente após o próprio Trump declarar: “Lula é um homem bom.”

​O Preconceito que a Ciência Derrubou

​O maior erro estratégico da direita continua sendo a intolerância contra a população LGBTQIA+. A ciência já avançou e os fatos são inegáveis:

​Primeiro, a homossexualidade não é uma escolha, é uma questão fisiológica, biológica e congênita. Segundo, a visão de que a identidade de gênero se resume aos cromossomos “XX” e “XY” é um erro grotesco. Pessoas transexuais existem e ponto. O que é ensinado de forma equivocada e fanática em milhares de púlpitos de igrejas evangélicas não resiste a um debate sério.

​Eu digo: o povo brasileiro não é mau, mas está sendo sistematicamente mal-informado. Esse bombardeio de desinformação, promovido por influenciadores como Silas Malafaia, transforma o púlpito no maior inimigo do avanço social.

​Bolsonaro, Vítima da Radicalização que o Abandonou

​A ala radical, alimentada por essa intolerância ideológica e pelas promessas de ruptura, acabou por devorar seu próprio líder.

​Bolsonaro foi, de fato, vítima política. A invasão das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 não foi um “golpe” planejado, mas a ação descontrolada e violenta de uma ala radical frustrada. A saída do ex-presidente para os EUA antes do fim do mandato foi interpretada como um abandono ou uma recusa em atender ao chamado extremista.

​A ironia é cruel: o discurso radical, semeado pela má influência, se volta contra quem o invocou.

​A Lei é Clara: Art. 220 e ADPF 130

​Acima do fanatismo e da política, está a Constituição.

​O Brasil não aceita mais a intolerância religiosa nem a social. O STF equiparou a homofobia e a transfobia ao crime de racismo. A lei pune, e não há argumento que sustente o preconceito.

​Mesmo a plena liberdade de expressão e a liberdade de imprensa, garantidas pelo Artigo 220 da Constituição Federal – e blindadas pela histórica decisão da ADPF 130 (que revogou a antiga Lei de Imprensa) – não são absolutas. O Supremo é taxativo: o discurso de ódio e a incitação à violência são abuso de direito e não gozam de proteção.

​O futuro da direita depende de se desvencilhar de vozes que a puxam para trás. O negacionismo científico e a intolerância são um veneno político que não combina com o Brasil do século XXI.

Por Marcius Piropo, o Peso Pesado da Notícia.

 

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