A ferrovia terá aproximadamente 491 quilômetros de extensão
Para viabilizar a ferrovia Bahia-Minas está sendo feito um levantamento do volume de cargas que poderá ser transportado na região, segundo o consultor do empreendimento, o ex-deputado estadual João Leite, que também é vice-presidente da Associação Brasileira das Ferrovias Autorizadas (Abrafa).
Ele explica que várias entidades estão colaborando para a coleta dos dados sobre o volume de cargas, entre elas, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e o governo do Estado. “Os dados são bem pulverizados, mas, diante do que já foi levantado, só a madeira já viabiliza a ferrovia. É mais uma segurança para os investidores”, diz.
O consultor acrescenta que o frete ferroviário é menor na comparação com o rodoviário. “Sem contar a questão da emissão de carbono, pois a ferrovia é ambientalmente muito melhor do que a rodovia”, destaca. Para ele, a ferrovia é fundamental para a logística do País e seria uma boa opção para as exportações das frutas do projeto Jaíba — iniciativa cujo objetivo é transformar a região em um grande polo de agricultura irrigada, abrangendo os municípios de Jaíba, Matias Cardoso, Janaúba, Manga, Itacarambi, Januária e Verdelândia.
Leite ressalta que o desafio é que o empreendimento é multimodal, contemplando ferrovia, porto e aeroporto. Ele conta que o projeto da Multimodal Caravelas (MTC) S.A conta com a licença prévia do porto de Caravelas, no Sul da Bahia. No caso da ferrovia, que deve ter 491 quilômetros de extensão, a empresa tem a autorização.
Ele explica que já existe o projeto conceitual e que é necessário viabilizar o projeto de engenharia da ferrovia, o que deve acontecer até o fim deste ano. “Temos que apresentar três traçados para a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres)”, diz.
Também está incluído no empreendimento multimodal o aeroporto de Caravelas, criado pelo governo brasileiro em acordo com os norte-americanos, durante a Segunda Guerra Mundial, além da implantação de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE). “Estamos aguardando o governo da Bahia com relação ao aeroporto”, conta.