A palavra “glaucoma” vem do grego antigo glaukos que significa azul, verde ou cinza e omma, que significa olho. Catarata e glaucoma eram doenças indistinguíveis até cerca de 1705. Em inglês, a palavra foi usada pela primeira vez em 1587, mas não era de uso corrente até depois de 1850, quando o desenvolvimento do oftalmoscópio passou a permitir o exame do nervo ótico
Glaucoma é uma designação genérica a um grupo de doenças oculares distintas que provocam danos ao nervo óptico e perda da visão. O tipo mais comum é o glaucoma de ângulo aberto, e os menos comuns são o glaucoma de ângulo fechado e glaucoma de pressão (ou tensão) normal.
O primeiro tipo desenvolve-se lentamente e é assintomático durante a maior parte de sua evolução. Com o tempo, entretanto, a visão periférica do indivíduo acometido começa a ficar comprometida e ocorre um estreitamento progressivo do campo visual, evoluindo a visão tubular ou central e, se não houver tratamento, cegueira. Já o glaucoma de ângulo fechado pode cursar de forma crônica ou aguda…
A apresentação aguda pode envolver dor ocular intensa, cefaleia, visão turva, halos coloridos, náusea e vômitos. A perda da visão pelo glaucoma, uma vez que tenha ocorrido, é permanente.
Os fatores de risco ao glaucoma incluem o aumento da pressão intraocular (PIO), histórico familiar, enxaqueca, hipertensão arterial e obesidade. Indivíduos com PIO superior a 21 mmHg ou 2,8 kPa são considerados hipertensos oculares e, portanto, com maior risco de desenvolver glaucoma.
Entanto, alguns podem ter PIO aumentada durante anos sem desenvolver nenhum dano. Por outro lado, danos ao nervo ótico podem ocorrer com PIO dentro dos limites da normalidade, no chamado glaucoma de pressão normal.
Crê-se que o mecanismo que desencadeia o glaucoma de ângulo aberto seja uma obstrução do escoamento do humor aquoso através da malha trabecular, enquanto que no glaucoma de ângulo fechado a dilatação da pupila bloqueia o fluxo do fluido através dela, levando à íris bloquear a malha trabecular.
O diagnóstico é feito pelo exame de fundo de olho, que mostra um aumento da escavação do disco ótico, indicando dano ao nervo ótico.
Se tratado precocemente, é possível retardar ou parar a progressão da doença, utilizando-se terapia medicamentosa, tratamento a laser ou cirurgia com o objetivo de reduzir a PIO. Tratamentos a laser podem ser eficazes, tanto nos glaucomas de ângulo aberto, quanto nos de ângulo fechado.
A intervenção cirúrgica somente é utilizada em indivíduos que não respondem adequadamente aos outros tratamentos. Os casos de glaucoma de ângulo fechado devem ser tratados como emergência médica.
Cerca de 11 a 67 milhões de pessoas sofrem de glaucoma em todo o mundo. Estima-se 2 milhões de pessoas afetadas pela doença nos Estados Unidos, 900 mil no Brasil e 100 mil em Portugal.
É a segunda causa de cegueira em todo o mundo (a primeira é a catarata) e acomete principalmente indivíduos idosos, sendo que o glaucoma de ângulo fechado é mais comum nas mulheres.
Como a perda da visão ocorre lentamente durante um longo período de tempo, o glaucoma também é chamado de “ladrão silencioso da visão”.